BE: “O Orçamento executado não é o que aprovámos”
Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, não deixou passar a crítica da bloquista. E perguntou: "Qual foi a consequência que tirou disso?"
“O Orçamento executado em 2016 não é o que aprovámos”, criticou Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, apontando diretamente para o ministro das Finanças. Mário Centeno esteve esta sexta-feira no Parlamento para explicar as cativações aplicadas na despesa em 2016. O debate foi convocado pelo PSD, mas o ministro não escapou às críticas da esquerda.
“Uma coisa é verdade, vamos criticar as coisas pelo que elas são e não pelo que nos dá jeito criticar. O Orçamento executado em 2016 não é o Orçamento que nós aprovámos,” assumiu Mariana Mortágua, afirmando que o défice ficou abaixo do previsto por maiores cativações do que o que tinha sido planeado.
"O Orçamento executado em 2016 não é o Orçamento que nós aprovámos.”
No final do debate, Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar do PSD, não deixaria passar a crítica: “A deputada Mariana Mortágua veio dizer que o Orçamento executado não correspondeu ao que aprovou. E qual foi a consequência que tirou disso?”
"E qual foi a consequência que tirou disso?”
A deputada defendeu que as cativações foram feitas de forma nada transparente e de acordo com o que era necessário para agradar à União Europeia. Mas “quem lhe dá [ao Governo] a maioria não é a União Europeia,” avisou Mortágua.
Mais: é preciso explicar. “A Conta Geral do Estado diz que há cativações na Saúde,” diz Mariana Mortágua, e na Educação. “O Governo deve descrever de que forma essas cativações não afetaram as escolas nem o SNS,” argumentou. Além disso, “a despesa tem de aumentar. Porque é esse o compromisso, que a despesa nos serviços públicos aumente,” lembrou.
Ainda assim, a bloquista fez questão de sublinhar, dirigindo-se ao PSD e ao CDS, que o que se viu entre 2012 e 2015 foram cortes, enquanto em 2016, quando se olha para o valor executado do Orçamento vê-se “reforço de verbas.”
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