Operação Influencer: Costa diz que “é deixar o Ministério Público trabalhar”
António Costa sublinha que "não temo nada. Quem não deve, não teme. Estou tranquilo e respeito as instituições. O Ministério Público tem naturalmente o seu tempo".
O ex-primeiro ministro António Costa admitiu, em entrevista ao Observador, que “se houvesse indícios, a lei obrigava a ser constituído como arguido. Não fui constituído como arguido, deduz-se, portanto, que não havia indícios que justificassem essa constituição e depois disso não tive mais notícias”, referindo-se à sua ida ao DCIAP para prestar declarações no âmbito da Operação Influencer, que aconteceu no final de maio deste ano.
“Só quem está a fazer a investigação lhe pode dizer. Tenho a consciência tão tranquila como tinha antes. Fiz o que me competia, pedi para ser ouvido, fui ouvido. Se houvesse indícios, a lei obrigava a ser constituído como arguido. Não fui constituído como arguido, deduz-se, portanto, que não havia indícios que justificassem essa constituição e depois disso não tive mais notícias”, diz o ex-líder socialista relativamente à investigação que resultou na sua demissão e queda do Governo de maioria absoluta do PS.
Questionado sobre se teme que isto seja uma investigação tão prolongada como a da Operação Marquês, que já vai há 10 anos, António Costa sublinha que “não temo nada. Quem não deve, não teme. Estou tranquilo e respeito as instituições. O Ministério Público tem naturalmente o seu tempo, os seus meios, os seus critérios de investigação. É deixá-los trabalhar”, concluiu.
Em maio deste ano, António Costa foi ouvido esta sexta-feira pelo DCIAP mas na qualidade de “declarante” e não de arguido. A equipa do Ministério Público que está com a Operação Influencer, atualmente liderada pela procuradora Rita Madeira, decidiu ceder ao pedido feito por António Costa para ser ouvido no processo em que o antigo chefe de governo socialista foi identificado como suspeito de crime de prevaricação. O ECO sabe que a audição demorou cerca de uma hora e meia e não foi perguntado nada que não seja já público ao ex-líder socialista. Nem tão pouco foi referida a palavra ‘prevaricação’, o crime de que alegadamente Costa é suspeito.
“Tendo em consideração as notícias que estão a ser divulgadas, confirmamos que o Dr. António Costa foi hoje ouvido na qualidade de declarante, na sequência do requerimento por si apresentado em 2 de abril de 2024. No âmbito da inquirição, prestou todos os esclarecimentos solicitados pelo Ministério Público, não tendo sido constituído arguido. Mantém-se, como até agora, totalmente disponível para colaborar em tudo o que o Ministério Público entender necessário”, segundo explicaram os advogados João Cluny e Diogo Serrano, ao ECO.
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