PGR garante que investigação da Operação Influencer ainda não acabou
Amadeu Guerra admite que o MP está numa fase de descrédito e defende que quer comunicar mais e chamar os procuradores responsáveis pelos processos principais, como é o caso da Operação Influencer.
Amadeu Guerra – procurador-geral da República há dois meses – saiu da reforma e assumiu a liderança do Ministério Público (MP) para “melhorar a situação da Justiça que gera desconfiança”. Admite que o MP está numa fase de descrédito, defende que quer comunicar mais, chamar os procuradores responsáveis pelos processos principais e mobilizar os magistrados. Amadeu Guerra, na primeira entrevista após a posse, publicada no Expresso, distancia-se da antecessora, Lucília Gago.
Nesta conversa publicada no podcast “Pod Esclarecer”, do Conselho Regional de Lisboa (CRL) da Ordem dos Advogados — conduzida por jornalistas do Expresso,CNN e o líder do CRL, João Massano —, assume que vai querer inteirar-se pessoalmente sobre o andamento da Operação Influencer: “Não digo que vá ter ou não vá ter êxito, não conheço suficientemente o processo. É um dos casos em que iremos conversar com os titulares dos inquéritos olhos nos olhos”. Admitindo preocupação com o processo, pelo impacto e consequências que teve – “preocupa-me, obviamente”. Assumindo que a investigação ainda não terminou.
Lucília Gago “teve azar” e admite que não sabe se escreveria o parágrafo com referência a António Costa na Operação Influencer. E deixa cair como quer ser lembrado assim que sair do cargo: “Como alguém que foi ver um jogo de futebol, a equipa não estava a jogar nada — ou pelo menos o treinador pensava que não estava a jogar nada — e foram buscá-lo à assistência para ele jogar”.
“O MP deve estar sempre preparado para fazer justiça. E se não houver elementos para levar a julgamento — aliás, já fui criticado por isso no processo dos submarinos e de Dias Loureiro — fazê-lo seria um erro muito maior. A maioria dos processos não chegam aqui, mas em todos os processos em que eu tenha participação, se não houver elementos para acusar, não acusaremos.”
E assume que vai ligar-se pessoalmente aos principais processos, chamando à Procuradoria os responsáveis pelos casos “e falar com os procuradores, olhos nos olhos”. Mas sempre com foco na coesão interna, que pareceu tocada nos últimos anos: “É preciso é saber falar com as pessoas e incentivá-las, pormo-nos ao lado deles para os defender”.
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