CTT esperam reduzir exposição ao banco, mas sem negócios no horizonte
Presidente executivo encara com "tranquilidade um futuro em que o banco tenha menos peso" no portefólio do grupo, mas garante que não existe neste momento nenhum negócio no horizonte.
O presidente executivo dos CTT CTT 0,00% esclareceu esta quarta-feira que, apesar de admitir reduzir a exposição do grupo ao Banco CTT, nada está a ser feito nesse sentido neste momento.
Em maio, João Bento tinha dito numa entrevista à Bloomberg que a venda da “totalidade” do Banco CTT era uma hipótese que estava a ser considerada, embora a “preferência” fosse manter “uma posição minoritária” no respetivo capital.
Esta quarta-feira, questionado sobre a situação, o gestor disse que essas declarações “foram muito ampliadas e de forma não necessariamente mais fiel”, esclarecendo que não está em curso nenhuma discussão para a venda de uma parte do banco ou a entrada de novos parceiros.
Não estamos neste momento a fazer nada, nem para monetizar partes do banco, nem para reduzir essa exposição.
João Bento explicou que o grupo CTT quer afirmar-se perante os mercados de capitais como “um operador logístico de comércio eletrónico”. O facto de ter um banco “complica um bocadinho a análise” da empresa pelos potenciais investidores.
“É nesse sentido que nós achamos que não precisamos de ter tanta exposição ao banco no nosso portefólio e que encaramos com tranquilidade um futuro em que o banco tenha menos peso no nosso portefólio”, salientou o CEO.
Porém, adicionou que nada está a ser feito nesse sentido: “Não estamos neste momento a fazer nada, nem para monetizar partes do banco, nem para reduzir essa exposição, porque o banco tem uma história de crescimento e um presente de crescimento com bastante potencial e que nós queremos, obviamente, ajudar a capturar.”
Estas declarações surgem menos de um mês depois de a Generali Tranquilidade ter consumado a entrada no capital do Banco CTT, ficando com 8,71% do banco após um aumento de capital de 25 milhões de euros. O negócio tinha sido anunciado em 2022.
Sobre esta transação, João Bento recordou que não se tratou de uma venda, mas sim por um aumento de capital. Para o gestor, “é uma diferença simbólica mas importante”. “Mostra que nós não queremos propriamente monetizar o valor do banco para fazer outras coisas. Queremos reforçar os capitais do banco para o ajudar a crescer”, concluiu.
O gestor falava esta quarta-feira com os jornalistas horas depois de a empresa ter anunciado, nesta madrugada, a compra da Cacesa, um operador de desalfandegamento de encomendas com sede em Espanha, por 104 milhões de euros.
Na mesma ocasião, o responsável admitiu expandir o negócio das entregas dos CTT a novos países europeus em que a empresa portuguesa ainda não está presente.
As ações dos Correios subiam esta quarta-feira mais de 2,97% por volta das 13h42, para 4,675 euros cada título.
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