Visita do Papa teve impacto de 20 milhões de euros na região
A visita de dois dias do líder da igreja católica a Fátima rendeu 20 milhões de euros à região, entre alojamento, refeições e compras no santuário.
A visita do Papa Francisco ao Santuário de Fátima teve um impacto económico a rondar 20 milhões de euros nas localidades de Fátima e Ourém, revelou hoje à Lusa o presidente da Turismo Centro, Pedro Machado.
“A visita do Santo Padre excedeu todas as expectativas. Fátima assumiu a sua condição de altar do mundo e projetou Portugal no turismo religioso a nível mundial, trazendo até nós peregrinos de todo o mundo”, resume Pedro Machado, citando dados de um relatório de avaliação à visita do papa conduzido pela Entidade Regional de Turismo do Centro e pela ACISO (Associação Empresarial Ourém-Fátima).
O responsável pela Turismo Centro não esconde a surpresa pelo facto de Portugal surgir apenas na nona posição dos “mercados emissores de turistas” para Fátima, lista que é encabeçada pelo Brasil. Seguem-se os Estados Unidos da América, a Coreia do Sul, a Espanha e a Polónia.
"A visita do Santo Padre excedeu todas as expectativas. Fátima assumiu a sua condição de altar do mundo e projetou Portugal no turismo religioso a nível mundial, trazendo até nós peregrinos de todo o mundo.”
O relatório centrou-se no período de 9 a 15 de maio e abordou diversas vertentes económicas relacionadas com a visita do líder da igreja católica, que canonizou os pastorinhos Francisco e Jacinta durante as celebrações do centenário das “aparições” em Fátima. Segundo dados fornecidos por Pedro Machado, a visita gerou 4,5 milhões de euros em alojamento, 1,5 milhões em refeições e ainda mais dez milhões em vendas na zona do Santuário e nas duas localidades abrangidas pelo estudo.
Nas máquinas Multibanco situadas no Santuário e zonas limítrofes foram feitos levantamentos num valor total de 2,3 milhões de euros entre 9 e 15 de maio, segundo dados fornecidos pela SIBS, entidade que gere a rede de caixas automáticos portuguesa. No mesmo período foram feitas transações com cartão multibanco num valor total superior a 2,4 milhões de euros.
A taxa de ocupação das unidades hoteleiras da região foi de 86% (um aumento de sete por cento em relação a 2016), com o preço do quarto a atingir uma média de 93 euros. “Não se confirmaram assim os piores receios relativamente ao preço dos quartos”, sublinha Pedro Machado, lembrando a publicação de notícias que denunciavam a existência de hotéis que estariam a pedir dois mil euros por quarto durante a visita do papa.
Turismo Centro pede novo aeroporto em Fátima
Dados fornecidos pela Associação Rodoviária de Transporte de Passageiros apontam para um aumento de 174%, em relação a 2016, no número de autocarros que transportaram peregrinos para Fátima. “Os números impressionantes da visita de Sua Santidade reforçam a pretensão do Centro de adaptar a Base Aérea de Monte Real para voos comerciais”, diz Machado, lembrando que Fátima “é a única cidade-santuário que não é servida por um aeroporto”.
O presidente da Turismo Centro deixa a pergunta: “Qual seria o impacto da visita do papa Francisco a Fátima se a região Centro fosse servida por um aeroporto?” O presidente da Turismo Centro tem pedido reiteradamente ao Governo que não seja tomada “uma decisão precipitada” sobre o novo aeroporto no Montijo, apresentando como alternativa a adaptação para voos comerciais da Base Aérea de Monte Real.
"Digam-nos por que razão não querem estudar a possibilidade de instalar o novo aeroporto em Monte Real. E digam-nos também por que razão insistem numa solução mais cara e que não tem em conta a coesão nacional, como é o Montijo.”
Pedro Machado apelou ao primeiro-ministro, António Costa, que não permita que seja tomada qualquer decisão definitiva sobre a localização do novo aeroporto antes de ser “devidamente estudada a hipótese Monte Real (Leiria)”, base aérea situada na única região plano do país que não é servida por uma infraestrutura aeroportuária.
“Digam-nos por que razão não querem estudar a possibilidade de instalar o novo aeroporto em Monte Real. E digam-nos também por que razão insistem numa solução mais cara e que não tem em conta a coesão nacional, como é o Montijo”, apela Pedro Machado.
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