Tesouro norte-americano barra entrada a eurodeputado do PCP

O eurodeputado comunista fazia parte de uma comitiva do Parlamento Europeu. Quando chegaram ao Ministério das Finanças norte-americano, todos os eurodeputados puderam entrar, exceto Miguel Viegas.

Miguel Viegas, eurodeputado comunista (PCP).European Union 2016 - EP

O eurodeputado português, Miguel Viegas, foi impedido de entrar no Departamento do Tesouro norte-americano esta terça-feira. O eurodeputado eleito pelo PCP, que integra o grupo parlamentar Esquerda Unitária Europeia, foi o único dos oito elementos da comitiva do Parlamento Europeu a ser barrado pelo Governo norte-americano, que alegou problemas com os documentos. Em declarações ao ECO, Miguel Viegas assegura que todos os processos foram tratados pelos serviços do Parlamento Europeu de forma igual.

Não fui autorizado a entrar, o que é absolutamente incompreensível“, afirma ao ECO, referindo que “não houve nenhuma explicação” por parte das autoridades norte-americanas. “Nem nenhuma compreensão uma vez que facilmente se compreenderia que fazíamos parte da delegação do Parlamento Europeu”, acrescenta, referindo que “não foi possível demover os serviços de segurança”.

“Isto é de lamentar porque a própria comissão (dos Assuntos Económicos e Monetários) deixou de ser representativa do Parlamento Europeu”, argumenta o eurodeputado comunista. Entretanto já foi apresentado um protesto em nome da representação do Parlamento Europeu em Washington e está neste momento também a seguir um protesto do presidente do Parlamento Europeu, António Tajani.

Segundo Miguel Viegas, as autoridades norte-americanas alegaram que “os procedimentos não tinham sido cumpridos na íntegra”. Perante “as provas” apresentadas pelo português, deixou de haver diálogo tendo sido “impossível resolver a situação”. O eurodeputado do PCP garante que todos os procedimentos foram cumpridos e tratados pelo secretariado da comissão parlamentar dos Assuntos Económicos e Monetários, com dez dias de antecedência tal como determinam as regras de segurança.

Além deste encontro, a comitiva da comissão reuniu com reguladores, bancos e fundos de investimento — como o fundo Blackrock –, incluindo uma visita a Wall Street e à Reserva Federal. Nestes encontros, Miguel Viegas garante não ter existido nenhum problema. Foi na única reunião com o Governo — “determinante para se perceber bem as reais intenções desta nova Administração em relação à desregulamentação em curso do sistema financeiro“, diz o eurodeputado — que aconteceu o incidente.

Na comitiva estavam eurodeputados da família europeia do PS (Roberto Gualtieri, Paul Tang e Pervenche Berès), da família europeia do PSD e CDS (Theodor Dumitru Stolojan, Luděk Niedermayer e Fulvio Martusciello) e ainda do grupo parlamentar onde está Marinho e Pinto, o ALDE (Mr Ramon Tremosa i Balcells). O ECO contactou por email a equipa do presidente do Parlamento Europeu e do Tesouro norte-americano, mas até ao momento não obteve resposta.

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