“Há sempre uma tentação de puxar a CGD para a arena política”

  • ECO
  • 11 Agosto 2017

O gestor da Caixa Geral de Depósitos reconhece que tem uma difícil missão pela frente, com a aplicação do plano de reestruturação, mas lembra que a CGD tem de ser rentável.

É necessário um consenso nacional sobre a importância de ter um banco público em Portugal, defende Paulo Macedo, na sua primeira entrevista desde que assumiu a liderança da Caixa Geral de Depósitos. O gestor admite que tem uma missão difícil pela frente com a implementação do plano de reestruturação da CGD e lamenta que haja “sempre uma tentação de puxar a Caixa para a arena política”.

Em entrevista ao jornal Expresso (acesso pago), o responsável defendeu que “as pessoas têm de ter consciência de que a Caixa precisa de ser rentável porque tem de gerar capital organicamente para cumprir os requisitos adicionais impostos pelo Banco Central Europeu” e para “remunerar o acionista”. Porquê? “Porque todos os portugueses querem que o dinheiro que foi posto na Caixa tenha retorno”, explica na entrevista que vai ser publicada na íntegra na edição de sábado do semanário.

“Se a Caixa não tiver lucros não defende os seus depositantes e não consegue ter capital e liquidez para ter a sua função na economia portuguesa nos empréstimos às pequenas e médias empresas”, justifica ainda o antigo ministro da Saúde. Na sua opinião a necessidade de lucros prende-se também com a possibilidade de “valorizar os seus recursos humanos” e continuar a ser “um banco de refúgio”.

Paulo Macedo está confiante de que terá sucesso na implementação do plano de reestruturação da Caixa, ainda que seja “difícil de executar”. O gestor reitera que as comissões são para aumentar, caso contrário o plano ficaria comprometido, assim como o fecho de agências e a redução do número de trabalhadores. Macedo confirmou “a saída de 250 pessoas” que deverão chegar às “536 até ao final do ano”.

O gestor defende que a Caixa vai voltar aos lucros em 2018. Para já o banco público apresentou prejuízos de 50 milhões no primeiro semestre do ano, o que representou uma redução em termos homólogos, mais exatamente uma uma melhoria face às perdas de 205,2 milhões em igual período do ano passado

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