Afinal, PIB não acelera e mantém crescimento de 2,8%

  • Margarida Peixoto
  • 14 Agosto 2017

Ainda assim, a economia nacional continua a crescer acima da média da zona euro. Confirmam-se nove meses a convergir com o grupo da moeda única, o que não acontecia desde 2001.

O PIB cresceu 2,8% no segundo trimestre de 2017, quando comparado com o mesmo período de 2016. Foi um ritmo idêntico ao dos primeiros três meses do ano, mas confirma nove meses de crescimento acima da média da zona euro. Os dados foram revelados esta segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e resultam de uma estimativa preliminar (os dados finais serão revelados a 31 de agosto).

Comparando com os primeiros três meses do ano, a economia cresceu 0,2%, o que representa um abrandamento do ritmo face ao que se vinha a verificar desde a segunda metade do ano passado.

Fonte: INE

Segundo o INE, “a procura externa líquida registou um contributo ligeiramente negativo para a variação homóloga do PIB.” O organismo de estatísticas explica que foram as exportações que desaceleraram mais do que as importações, o que prejudicou o PIB dos meses de abril a junho.

Já a procura interna manteve um “contributo positivo elevado, superior ao do trimestre precedente, em resultado da aceleração do Investimento,” lê-se ainda no boletim do INE.

Comparando com os primeiros três meses do ano, o crescimento do PIB desacelerou para 0,2%. Este valor é o mais baixo desde o segundo trimestre de 2016 e representa uma desaceleração forte, quando comparado com o crescimento trimestral de 1% que tinha sido registado entre janeiro e março.

O INE adianta que “o contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB foi negativo,” enquanto “o contributo da procura interna aumentou devido à evolução do Investimento.” Neste caso, tanto a variação de existências, como a formação bruta de capital fixo (FBCF) foram positivos, mas a FBCF foi mais baixa do que o registado no arranque do ano, explica ainda o organismo de estatísticas.

Crescimento fica ao nível de 2007, mas desilude

É o poder das expectativas. O crescimento do PIB no segundo trimestre do ano iguala o verificado no primeiro e fica ao nível do registado em 2007. Ou seja, há dez anos que Portugal não crescia a este ritmo e desde 2001 que não crescia mais do que a zona euro durante nove meses seguidos.

Mesmo assim, os números do PIB desiludiram. A média das expectativas dos economistas apontava para 3% e o próprio ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, tinha sinalizado que seria de esperar um crescimento acima do verificado nos primeiros três meses do ano.

Ainda ontem o comentador da Sic Marques Mendes tinha dito, novamente em jeito de antecipação, que o INE iria revelar um crescimento “ligeiramente acima de 3%”. Afinal, ficou abaixo.

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