Greve do SEF encolhe para um terço inspetores na Portela
Os inspetores do SEF vão estar em greve nos dias 24 e 25 de agosto, em protesto contra a falta de recursos humanos e de meios materiais. Exigem a admissão de 200 novos inspetores.
A greve convocada pelos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), para os dias 24 e 25 de agosto, vai encolher para um terço o número de inspetores que estarão ao serviço no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. Com o “silêncio total” da parte do Ministério da Administração Interna (MAI), o Sindicato da Carreira de Inspeção e Fiscalização do SEF não rejeita convocar mais greves.
O aeroporto de Lisboa tem destacados, atualmente, 158 inspetores, distribuídos por várias funções. Cada turno conta, em média, com 20 inspetores. Para os dias de greve marcados nesta semana, o turno da manhã (aquele que conta com mais inspetores) terá destacados 10 inspetores, de acordo com os serviços mínimos que foram decretados. Já o turno da tarde terá oito inspetores e o da noite seis. É o equivalente a cerca de um terço do número de inspetores que, habitualmente, estão destacados no Aeroporto Humberto Delgado.
“Se agora é o que é, com estes serviços mínimos é fácil de prever como será”, diz ao ECO Acácio Patrício Pereira, presidente do sindicato, questionado sobre o presumível aumento dos tempos de espera à entrada da fronteira. O ECO perguntou ao MAI qual o impacto esperado para estes dias de greve, mas o Ministério refere que, por essas serem questões “de âmbito operacional”, devem ser remetidas para o SEF.
Sem revelar números, o responsável diz esperar uma forte adesão por parte dos inspetores, “que têm expressado desagrado em relação a esta situação”. Em causa, como explicado no pré-aviso de greve, está a necessidade urgente da admissão de novos inspetores e a renovação dos meios informáticos, para dar resposta às enchentes de turistas que têm chegado a Portugal.
Temos de ter noção daquele que tem sido o crescimento do turismo em Portugal, que não está a ter uma resposta adequada. Outra questão importante é que, na atual conjuntura, a maioria dos países tem investido nas agências de inspeção e Portugal está em sentido contrário.
“Temos de ter noção daquele que tem sido o crescimento do turismo em Portugal, que não está a ter uma resposta adequada. Outra questão importante é que, na atual conjuntura, a maioria dos países tem investido nas agências de inspeção e Portugal está em sentido contrário, o que nos preocupa”, refere Acácio Patrício Pereira.
O sindicato exige ao MAI a admissão de 200 novos inspetores e um investimento nos meios materiais, que estão “obsoletos”, mas não tem tido resposta da parte do Ministério. “Não há nenhum desenvolvimento nas negociações. Da parte do Ministério, só há silêncio total”, comenta o responsável.
No início deste mês, o Público (acesso condicionado) dava conta de que o MAI pretende contratar, no próximo ano, 100 inspetores por concurso externo, para dar resposta às exigências do sindicato. Mas Acácio Patrício Pereira refere que não há qualquer formalidade nesta intenção. “Não houve um aviso formal, de forma escrita, nem ao nível do que o Orçamento do Estado reserva para o nosso serviço. Não temos conhecimento de nada disso. Estamos a falar de intenções, nada mais do que isso”, sublinha.
Assim, o sindicato não afasta a realização de novas greves para pressionar o MAI a dar respostas. “Para já, vamos estar focados nesta greve. Se não houver uma resposta, vamos tomar as medidas que entendermos adequadas para alcançar as nossas pretensões”, diz o inspetor. Questionado sobre se coloca de parte de uma nova greve, garante que “definitivamente, não”.
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