Porto Editora segue recomendação do Governo. Retira livros do mercado

A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, por orientação do ministro Eduardo Cabrita, recomendou que a Porto Editora retire das bancas os polémicos livros. A editora vai suspender as vendas.

A Porto Editora vai retirar das bancas as duas versões polémicas de um bloco de atividades para crianças entre os quatro e seis anos de idade — um para cada sexo. Para além das cores distintas, apresentava ainda diferentes graus de dificuldade, com exercícios mais fáceis para o sexo feminino. A decisão acontece depois de o ministro adjunto Eduardo Cabrita ter atestado a visão partilhada pela CIG – Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, que condena a opção da editora.

A Porto Editora tem sido criticada pelos vários elementos que diferem entre as duas versões dos livros. Agora avança em comunicado que “a Porto Editora já suspendeu a venda destes livros e vai transmitir às livrarias e demais pontos de venda essa indicação”. Durante a suspensão, a editora irá reunir com a CIG “no sentido de rever os exercícios que possam ser considerados discriminatórios ou desadequados”.

Após uma avaliação técnica dos conteúdos, a CIG detetou diferentes “cores, temas e grau de dificuldade para rapazes e raparigas” e desaprovou a referida distinção, recomendando que fossem retirados das bancas.

"Por lançar duas publicações com atividades que diferenciam cores, temas e grau de dificuldade para rapazes e raparigas, acentua estereótipos de género que estão na base de desigualdades profundas dos papéis sociais das mulheres e dos homens”

Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género

A entidade governamental detalha as diferenças: uma das atividades da versão para rapaz incluía elementos relacionados com atividades ao ar livre (árvore, ancinho, águia), enquanto a versão para raparigas se concentrava em produtos alimentares (manteiga, maçã, leite), da esfera doméstica. Para além disto, os graus de dificuldades são diferentes. Os exercícios de labirintos ilustram os níveis de dificuldade.

Foto publicada por Rita Ferro Rodrigues no Twitter

O assunto foi lançado no Twitter pela apresentadora Rita Ferro Rodrigues, associada ao grupo feminista Capazes. Interpelou a editora que respondeu prontamente “Recusamos, perentoriamente, as acusações que nos são feitas” e justificou que “[os livros] dão resposta a uma procura do mercado, daí estarem prestes a esgotar“.

 

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