Foi assim que a Uber convenceu os primeiros investidores
Há nove anos, a ideia por detrás da Uber era apresentada pela primeira vez aos investidores. "UberCab" era uma ideia "lucrativa by design" e prometia acabar com o "monopólio do táxi".
Todas as ideias começam por algum lado — e a da Uber também. Em agosto de 2008, era conhecido o projeto que agora, nove anos depois, vale qualquer coisa como 70 mil milhões de euros. Para a empresa, é tempo de assinalar mais um aniversário, o que motivou o cofundador Garret Camp a partilhar a primeira apresentação da Uber em PowerPoint.
Foi a primeira abordagem da equipa ao mercado e aos investidores, e merece ser vista com atenção. A empresa dava-se pelo nome “UberCab”, um “serviço automóvel da próxima geração”, e expunha vários problemas na indústria do táxi, os quais se propunha a resolver. Para a equipa, os táxis usavam “tecnologia antiga e ineficiente”, sem coordenação via GPS entre o motorista e o passageiro. Além do mais, para a equipa, os “monopólios dos taxistas” reduziam “a qualidade do serviço”.
O que mudou (e o que se manteve)
Chegando aqui, dá para perceber que pouco terá mudado na visão e missão da empresa, embora a ideia estivesse afunilada e voltada para o mercado norte-americano. A UberCab propunha-se a ser uma alternativa de transporte “rápida e eficiente” dirigida a “profissionais nas cidades americanas”.
O facto de ser obrigatório o registo na aplicação permitiria à Uber angariar uma “clientela profissional e confiável”. Além do mais, a confiança aumentaria logo à partida, pois o cliente podia ver a fotografia do motorista e vice-versa, mesmo antes da recolha, algo que ainda hoje acontece.
A UberCab prometia, assim, mandar uma pedrada no charco e facilitar a mobilidade nas cidades, primeiro em São Francisco e, depois, em Manhattan (Nova Iorque). Garantia recolhas até um máximo de cinco minutos, em automóveis Mercedes Sedans, num “serviço de luxo” mais barato do que uma limusine mas melhor do que um táxi. Hoje, a variedade dos automóveis é bem maior, tal como acontece várias vezes com o tempo de espera.
Uma ideia “lucrativa by design“
A apresentação garantia ainda que a ideia era “lucrativa by design“, algo que até agora ainda não se terá verificado. Atualmente, a Uber tem ramificações um pouco por todo o mundo, mas as despesas ainda são muito superiores às receitas. A empresa revelou um prejuízo de 2,8 mil milhões de dólares no ano de 2016, cerca de 2,6 mil milhões de euros, com um volume de negócios de 6,5 mil milhões de dólares.
A empresa está agora à procura de um presidente executivo, depois de uma sucessão de escândalos que culminou com a saída de Travis Kalanick do cargo de CEO.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Foi assim que a Uber convenceu os primeiros investidores
{{ noCommentsLabel }}