Afinal, o BPI vale mais 24% do que o CaixaBank pagou
Esta diferença de valor permitiu ao CaixaBank realizar um ganho extraordinário de 256 milhões com a integração do banco português.
O BPI já vale mais 24% do que o CaixaBank pagou na Oferta Pública de Aquisição (OPA). A instituição liderada por Pablo Forero apresenta um valor bem mais elevado nas contas do banco espanhol do que o que foi pago aos acionistas, sendo a diferença o resultado do ajuste da avaliação ao valor contabilístico. Esta atualização permitiu ao CaixaBank ganhar 256 milhões no trimestre.
O Jornal de Negócios (acesso pago) avança que esta mais-valia, que contribuiu para cerca de um terço dos resultados trimestrais, podia ter sido ainda maior se o CaixaBank não tivesse feito uma avaliação tão conservadora dos ativos e passivos do BPI. Na altura da OPA, o banco estava a negociar a desconto face ao valor contabilístico.
Nas OPA, o preço a pagar pode ser fixado em função da cotação média dos últimos seis meses e, nessa altura, o BPI ainda enfrentava muitas dúvidas em relação à sua exposição a Angola, que teve de ser reduzida por imposição do Banco Central Europeu. O valor em bolsa estava abaixo do valor contabilístico, sendo que agora o banco espanhol dá esse mesmo valor ao banco nas suas contas.
Na altura da OPA houve alguns acionistas do BPI, sobretudo pequenos acionistas, que contestaram o preço de 1,134 euros por ação que o CaixaBank pagou. Foi o caso da Violas Ferreira Finance (VFF), que sempre se mostrou contra a OPA. O acionista considerou na altura que a venda de 2% do BFA a Isabel dos Santos por 28 milhões de euros beneficiava a empresária, prejudicando os outros acionistas. Ainda no decorrer dessa venda, a VFF pediu à CMVM que nomeasse um administrador independente ameaçando que podia recorrer para os tribunais caso isso não acontecesse. A CMVM não teve o mesmo entendimento e avançou com a operação.
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