Portugal aproveita pouco o talento, diz Fórum Económico Mundial

  • Lusa
  • 13 Setembro 2017

A par com Espanha e Grécia, Portugal está nas últimas posições entre os países da Europa ocidental no que toca ao desenvolvimento do talento das pessoas, segundo um estudo do Fórum Económico Mundial.

Portugal, juntamente com Espanha e Grécia, está nas últimas posições da tabela do desenvolvimento do talento das pessoas dos países da Europa ocidental, apesar de ocupar a 43.ª posição a nível mundial. O relatório sobre o Índice de Capital Humano 2017, realizado pelo Fórum Económico Mundial ou Fórum de Davos, que tem sede em Genebra (Suíça) e é presidido pelo alemão Klaus Schwab, analisa 130 países e explica que se desenvolveu 62% do capital humano em todo o mundo, percentagem que considera insuficiente.

Os esforços para fomentar todo o potencial económico das pessoas são insuficientes porque apenas 25 países desenvolveram 70% ou mais do seu capital humano, sublinha. A maioria dos países aproveita entre 50% e 70% deste talento, mas ainda existem 14 países que se mantêm abaixo dos 50%, adverte Davos. “A incapacidade dos países de desenvolver adequadamente o talento das pessoas reforça as desigualdades ao privar as pessoas de oportunidades e da possibilidade de aceder a uma ampla base de empregos de qualidade”, indicam os especialistas do Foro.

Segundo a diretora de Educação, Género e Trabalho do Fórum Económico, Saadia Zahidi, as estratégias dos países podem variar em função da sua estrutura demográfica, mas “todos correm o risco de criar gerações perdidas”. Por isso, Zahidi recomenda “uma focagem mais integradora e proativa na altura de fomentar o talento para gerir a passagem da educação para o emprego, a formação contínua e a aquisição de novas capacidades”.

A Europa ocidental é a segunda região melhor posicionada no desenvolvimento do capital humano atrás dos Estados Unidos e Canadá. Os Estados Unidos (posição 4) aparecem na lista dos dez primeiros países do mundo e Canadá (14) na dos vinte primeiros, na qual também estão quatro países da Ásia oriental e Pacífico, três da Europa de leste e Ásia central, e um país da região do Médio Oriente e norte de África, Israel (18).

A lista da Europa ocidental é dominada por países nórdicos com a Noruega à frente, que também lidera a nível mundial, seguida da Finlândia (2), Suíça (3), Dinamarca (5), Alemanha (6) e Suécia (8). Doze países ultrapassaram pelo menos a meta dos 70% do seu capital humano, e a Holanda (13), Bélgica (15) estão à frente das potências Reino Unido (23) e França (26), que ocupam as posições intermédias da região. Três países mediterrâneos, Portugal (43), Espanha (44) e Grécia (48) estão nas posições mais baixas.

O Fórum analisa quatro áreas chave para o desenvolvimento do capital humano: a capacidade (os investimentos na educação formal), a aplicação e acumulação de habilitações no trabalho, o desenvolvimento (a educação das novas gerações e a formação e a reciclagem da atual) e o conhecimento (os conhecimentos especializados que se utilizam no trabalho). O estudo também mede o rendimento dos países em cinco grupos de idade ou gerações claramente diferenciadas.

Atrás da Europa ocidental, está a Europa de leste e a Ásia central, região que tem três países entre os 20 primeiros a nível mundial: Eslovénia (9), Estónia (12) y Rússia (16). A região da Ásia oriental e Pacífico está na zona média do índice, sendo as nações melhor posicionadas Singapura (11), Japão (17) e Coreia do Sul (27).

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