OE2018: “Pode dar-se a ideia de que há uma espécie de folga”
Em entrevista, o ministro Pedro Marques falou do próximo Orçamento do Estado, da utilização dos fundos comunitários nos transportes e dos consensos políticos nos dois lados da bancada.
Pedro Marques, ministro do Planeamento e Infraestruturas, afirmou que, “num certo sentido”, o Governo é “um pouco vítima dos resultados que foi entregando”. Em entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, o ministro falou do próximo Orçamento do Estado, da utilização dos fundos comunitários nos transportes e dos consensos com os dois lados da bancada parlamentar.
“Se me está a perguntar se somos um pouco vítimas dos resultados que fomos entregando, é uma boa questão e pode, num certo sentido, ter razão de ser”, considerou Pedro Marques. “Se as contas públicas vão melhorando, se o emprego está a ser criado, pode dar-se a ideia de que há uma espécie de folga.” Ainda assim, o ministro garantiu que há “um caminho para fazer” e que essa trajetória não pode ser esquecida.
"Se as contas públicas vão melhorando, se o emprego está a ser criado, pode dar-se a ideia de que há uma espécie de folga.”
Quando confrontado com os conflitos sociais e políticos que têm assolado o país, como é o caso da Autoeuropa, de Pedrógão Grande e de Tancos, e com a crescente onda de contestação, Pedro Marques garante que o Governo tem provas de sucesso a mostrar na economia, que cresce “quase 3% por dois trimestres consecutivos”. Ainda assim, fica a promessa de “nunca desvalorizar esses conflitos”.
Aeroporto do Montijo não vai contar com fundos comunitários
Reafirmando a promessa de investir 500 milhões de euros provenientes dos fundos comunitários nos metros de Lisboa do Porto, bem como na linha de Cascais e no sistema de mobilidade do Mondego, Pedro Marques considera a promessa de Assunção Cristas de construir mais 20 estações de metro em Lisboa “própria de um período de campanha eleitoral”.
Em relação ao novo aeroporto na zona de Lisboa, que será feito através do alargamento da base do Montijo, o governante garantiu que “não está previsto” que sejam utilizados fundos comunitários no projeto, sendo que o que determina o contrato de concessão é que o investimento provenha das receitas aeroportuárias.
"A maneira como se apresentam 20 estações que condicionariam todo o fundo de coesão para uma década é própria de um período de campanha eleitoral.”
E se o dinheiro do 2020 não vai ser alocado, no período pós-2020 haverá necessidade de tal? “Não tenho essa expectativa”, avançou Pedro Marques.
Consensos à esquerda e à direita
A proposta lançada ao PSD por António Costa para construir um diálogo entre partidos sobre os fundos comunitários também foi alvo de análise, com o ministro a expor que “é preciso encontrar consensos mínimos na sociedade para não andarmos nos avanços e recuos”. Assim, para este não é uma viragem à direita, nem um afastamento das esquerdas, mas sim “uma questão de respeito pela democracia”.
Os consensos são também invocados por Pedro Marques para falar sobre a situação na Autoeuropa, sublinhando a importância desta indústria no que diz respeito ao investimento direto estrangeiro. Assim sendo, será necessário “um diálogo social e laboral adequado”, que o socialista confia que vai ser cultivado.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
OE2018: “Pode dar-se a ideia de que há uma espécie de folga”
{{ noCommentsLabel }}