Falta de residências universitárias em Lisboa é “um problema colossal”
O presidente a Federação Académica de Lisboa defende que o número de camas em residências universitárias em Lisboa é reduzido. Em alguns casos, o rácio é de uma cama para dez mil estudantes.
A falta de residências universitárias é um problema “colossal”, segundo o presidente da Federação Académica de Lisboa, que defende um investimento nesta área e a possibilidade de as famílias poderem deduzir em IRS as despesas com o arrendamento.
Em declarações à agência Lusa, João Rodrigues explicou que na cidade de Lisboa, onde existem três universidades públicas e um instituto politécnico, o número de camas em residências universitárias é reduzido, nalguns casos o rácio é de uma cama para dez mil estudantes.
“É colossal. Do ano passado para este houve um aumento de preços de 10% em termos médios”, disse João Rodrigues, acrescentando que há casos de estudantes a pagar 450 euros por um quarto, que é 60% do valor financeiro disponível do agregado familiar para o estudante frequentar o ensino superior. Face ao aumento do número de estudantes, à pressão turística e ainda devido às alterações legislativas de atualização dos preços do arrendamento de casas, os preços dispararam nos últimos dois anos.
"É colossal. Do ano passado para este houve um aumento de preços de 10% em termos médios.”
“Já exigimos ao Ministério do Ensino Superior que resolva esta questão apetrechando melhor as infraestruturas existentes”, disse João Rodrigues, adiantando que os estudantes defendem não só o aumento do financiamento das instituições de ensino superior, para que as residências universitárias sejam uma realidade, como também em sede de IRS permitir dedução de despesa.
O dirigente académico explicou que o próximo Orçamento do Estado deveria permitir a inscrição na rúbrica de despesas de educação do valor pago pelas famílias no arrendamento de casas ou quartos para um estudante deslocado. “Não é uma solução estrutural, é circunstancial, mas permitiria combater a evasão fiscal que existe claramente no mercado arrendatário a estudantes do ensino superior”, defendeu, observando que a medida moralizava o sistema, ajudava as famílias e teria retorno para o Estado.
Caso os alertas dos estudantes não sejam ouvidos para encontrar soluções para este problema que se está a agravar, João Rodrigues equaciona uma reação estudantil com protestos. “Se o Governo assume publicamente que o ensino superior é uma prioridade, tem de começar a dar o exemplo. Os estudantes têm feito diariamente, dando soluções construtivas e, caso não sejam ouvidos, cá estaremos para outras posições”, disse.
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