Forças Armadas desmentem existência de qualquer relatório sobre Tancos
O Estado-Maior-General das Forças Armadas afirma que "não produziu qualquer relatório sobre o assunto". Expresso mantém que o relatório, que arrasa a atuação do ministro da Defesa, é verdadeiro.
As Forças Armadas negam a existência de um relatório sobre o caso de Tancos. Isto depois de o Expresso ter avançado que foi enviado um documento para a Polícia Judiciária e para o Serviço de Informações de Segurança, onde se pode ler que o ministro da Defesa agiu “com ligeireza, quase imprudente”, revelando uma “arrogância quase cínica”.
“Relativamente à notícia hoje publicada pelo jornal Expresso intitulada ‘relatório explosivo sobre Tancos arrasa poder político e militar’ e que está a ter eco em outros órgãos de comunicação social, vem o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) informar que o seu Centro de Informações e Segurança Militar (CISMIL) não produziu qualquer relatório sobre o assunto“, de acordo com um comunicado das Forças Armadas.
Entretanto, o jornal colocou um esclarecimento no seu site, em que reitera que “o documento existe e é verdadeiro”. E acrescenta: “em relação ao comunicado divulgado este sábado pelo Estado-Maior General das Forças Armadas, o Expresso reafirma que em momento algum atribui ou atribuiu o documento a que teve acesso ao Centro de Informações e Segurança Militar (CISMIL), mas sim a serviços de informações militares”.
De acordo com o Expresso (acesso pago), no documento de 63 páginas, que terá sido elaborado em julho, um mês depois de ter sido anunciado o assalto, os autores classificam o incidente de Tancos como algo de “extrema gravidade, devendo ser investigado e definidas todas as consequências”. Ao longo do relatório, o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e o Chefe de Estado-Maior do Exército, o general Rovisco Duarte, são acusados de terem falhado “ao não terem dado aos paióis o tratamento de infraestrutura crítica no âmbito da sua proteção”.
Tanto António Costa como Marcelo Rebelo de Sousa afirmaram desconhecer a existência deste relatório. “A única coisa que queria dizer é que desconheço em absoluto esse relatório“, afirmou o primeiro-ministro. O Presidente da República afirmou não conhecer o documento, mas insistiu que é necessário esclarecer o que se passou com o furto de armas em Tancos, nomeadamente “se houve ou não atuação criminal, em que é que se traduziu e quem são os responsáveis”.
O mesmo à esquerda, com a deputada bloquista Catarina Martins a argumentar que não pode comentar um relatório que não conhece. Já à direita, Assunção Cristas veio afirmar que o “ministro da Defesa não esteve à altura do seu lugar”, enquanto Passos Coelho perguntou se “temos de comprar o Expresso ao sábado para saber o que se passa com o Orçamento, para saber o que passa com os paióis militares, para termos as notícias que o Governo tem a obrigação de prestar ao Parlamento?”
(Notícia atualizada às 21h22 com um esclarecimento do jornal Expresso)
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