Tancos: Costa desconhece relatório, BE quer explicações. PSD ataca Governo
Da esquerda à direita, os partidos estão a reagir às conclusões de um relatório sobre Tancos. António Costa diz "desconhecer", BE quer esclarecimentos e PSD acusa Governo de "tiques de autoritarismo".
O serviço de informações militares critica a atuação do ministro da Defesa no caso do roubo de armamento na base de Tancos. Num relatório, enviado para a Polícia Judiciária e para o Serviço de Informações de Segurança, pode ler-se que Azeredo Lopes agiu “com ligeireza, quase imprudente”, revelando uma “arrogância quase cínica”. Um documento que António Costa diz desconhecer “em absoluto”, a bloquista Catarina Martins afirma continuar “a aguardar esclarecimentos” do Governo. Passos Coelho ataca o Executivo e quer respostas de Marcelo Rebelo de Sousa.
De acordo com o Expresso (acesso pago), o documento de 63 páginas, que terá sido elaborado em julho, apenas um mês depois de ter sido anunciado o assalto, as secretas classificam o incidente de Tancos como algo de “extrema gravidade, devendo ser investigado e definidas todas as consequências”. Mas o primeiro-ministro recusa-se a comentar no detalhe o assunto “no meio de uma campanha eleitoral”. “Obviamente que não vou tratar assuntos desta relevância no meio de uma campanha eleitoral. A única coisa que queria dizer é que desconheço em absoluto esse relatório“, vincou Costa, falando em Lagos numa ação de campanha para as autárquicas de 1 de outubro.
"Obviamente que não vou tratar assuntos desta relevância no meio de uma campanha eleitoral. A única coisa que queria dizer é que desconheço em absoluto esse relatório.”
Do lado dos partidos que apoiam o Executivo, a líder do Bloco de Esquerda diz continuar a “a aguardar esclarecimentos cabais do Governo” sobre o furto de armas em Tancos, mas escusou-se a comentar o relatório dos serviços informações militares sobre o caso. “Como compreende eu não posso comentar um relatório que não conheço. O relatório é secreto, é dos serviços de informações, há notícias sobre o relatório, mas nós não conhecemos o relatório. Sobre essa matéria não posso dizer absolutamente nada”, respondeu Catarina Martins aos jornalistas durante uma ação de campanha autárquica em Amarante, distrito do Porto.
Já o líder do PSD acusa o Governo de “tiques de autoritarismo” por ocultar ao Parlamento informações sobre o furto de material de guerra em Tancos e questionou se o Presidente da República está a par do relatório. “Não sei se o senhor Presidente da República está a par do que se passa, mas o Parlamento não sabe de nada, temos de comprar o Expresso ao sábado para saber o que se passa com o Orçamento, para saber o que passa com os paióis militares, para termos as notícias que o Governo tem a obrigação de prestar ao Parlamento?”, questiona.
Assunção Cristas diz que este episódio “é muito grave”. Segundo a TSF, a líder centrista refere que “este relatório vem confirmar aquilo que foi sempre a preocupação e a linha do CDS, quando afirmou que o ministro da Defesa não esteve à altura do seu lugar e das suas responsabilidades“.
Sobre este relatório, Marcelo Rebelo de Sousa diz, em declarações transmitidas pela SIC Notícias, desconhecer o documento. Mas o Presidente realça que quer ver este caso esclarecido, mantendo assim a posição que desde a primeira hora tem vindo a veicular. Logo após o assalto a Tancos, Marcelo disse que queria que fosse feita uma investigação até às últimas consequências.
(Notícia atualizada às 15h30 com a reação do CDS)
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