Guindos: “Independência [da Catalunha] seria suicídio económico”
Ministro espanhol da Economia critica as aspirações independentistas da Catalunha, argumentando que já está a ser prejudicial nas negociações com uma empresa de carros que deveria instalar-se na zona.
O ministro da Economia, Indústria e Competitividade deixou vários avisos aos catalães, esta terça-feira, num ciclo de conferências, citado pelo Cinco Días. Luis de Guindos revelou que está a negociar com uma fabricante de automóveis que deverá instalar-se na zona franca de Barcelona, mas que a reivindicação dos catalães pela independência é um fator que não está a ajudar nas negociações.
“A independência seria um suicídio do ponto de vista económico e financeiro”, argumenta uma das principais caras do Governo espanhol, referindo que o Executivo “não vai deixar que isso aconteça”. Entre as potenciais consequências para o povo catalão está a saída do euro, a fuga do setor financeiro e a imposição de taxas comerciais.
A independência seria um suicídio do ponto de vista económico e financeiro.
O ministro da Economia espanhol considera que a possibilidade de referendo refletiu-se “muito pouco” na economia catalã, mas porque o Governo central tomou medidas e fortaleceu as exportações, que são um dos principais motores da Catalunha. Segundo o Expansión, 80% das exportações catalãs dependem da União Europeia.
De acordo com Guindos, as exportações da Catalunha representam 75% do PIB da região. Caso avançasse com a independência, as empresas catalães poderão vir a ser taxadas — no caso do setor automóvel pode chegar aos 10%. Neste momento “esta é uma das comunidades autónomas mais aberto ao exterior”, argumentou o ministro.
Guindos disse ainda que não prevê que a Catalunha mantenha a sua riqueza se deixar a União Europeia, criticando os independentistas porque quererem “instrumentalizar” as eleições. O ministro da Economia argumentou ainda que “nem todas as decisões são tomadas pelo Governo”. “Muitas decisões sei pela imprensa porque são tomadas por juízes que se baseiam no Estado de Direito e no cumprimento da lei“, afirmou.
Líder catalão abre porta a um período transitório após referendo
Em entrevista ao canal francês LCI, citado pelo El País, Carles Puigdemont garantiu que, após o referendo, quer garantir um período de transição para a Catalunha em que abrirá o diálogo a Espanha e à União Europeia. O presidente da região autónoma assegurou que quer continuar a ajudar as regiões espanholas mais pobres, mas confirmou que “se a vontade da Catalunha é ser um país independente, a Catalunha começará a ser um país independente”.
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