Novo Banco já comprou três mil milhões de dívida em Londres

Era uma das condições para o sucesso da oferta de recompra de dívida: obter pelo menos mil milhões, dos 6.276 milhões de euros totais, em títulos emitidos pela sucursal em Londres. Já conseguiu.

O Novo Banco recomprou, até agora, 4.603 milhões de euros em dívida, continuando aquém da meta global para conseguir a “almofada” que desbloqueia a venda ao Lone Star. Mas já há uma conquista: deste valor, 2,9 mil milhões de euros são de títulos emitidos em Londres, quase três vezes mais do que precisava para que a operação fosse considerada bem-sucedida.

A “conclusão da oferta e a implementação das propostas está sujeita à satisfação, ou renúncia pelo Novo Banco” de várias condições. Uma delas é a de que o montante dos Valores Mobiliários a recomprar “de cada série em relação às quais tenha sido aprovada a deliberação extraordinária, no âmbito da solicitação de consentimento, seja igual ou superior a 6.276.000.000 euros”. A outra é a de que neste valor tem de estar incluído “um montante nominal agregado igual ou superior a 1.000.000.000 de euros que tenham sido emitidos pelo Novo Banco, Sucursal de Londres“.

O banco de transição ainda só conseguiu 73,4% dos 6.276 milhões de euros que necessita, mas uma das condições foi superada nesta segunda assembleia geral. Se na primeira AG tinham sido recomprados títulos de dívida emitidos pela Sucursal de Londres no valor de 545 milhões de euros, metade da meta, nesta segunda reunião magna o valor disparou: comprou 2.376,3 milhões.

Considerando as duas AG, e sem ter em conta títulos de dívida que o Novo Banco possa ter adquirido fora deste âmbito — recomprou 529 milhões diretamente a investidores — o total adquirido em dívida emitida por Londres ascende já a 2.921,3 milhões de euros. Este montante representa praticamente três vezes o necessário, sendo reflexo da aceitação da oferta por parte dos grandes investidores.

Do total dos títulos que o Novo Banco se propôs recomprar para conseguir chegar à poupança de 500 milhões de euros que abre a porta à venda ao Lone Star, 43% são detidos por investidores de retalho, sejam eles residentes em Portugal ou emigrantes. O remanescente está nas mãos de grandes investidores, muitos deles utilizando Londres como base das suas transações. Entre esses está a Pimco que já aceitou a oferta. E até já vendeu os títulos ao banco liderado por António Ramalho.

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