Pimco já vendeu as suas obrigações ao Novo Banco
Fundo de obrigações norte-americano aceitou fazer negócio com o Novo Banco e com o Morgan Stanley, este último responsável pela transformação dos depósitos bancários em títulos de dívida.
A Pimco já vendeu as suas obrigações ao Novo Banco, tendo inclusivamente transferido os depósitos para o veículo financeiro criado pelo norte-americano Morgan Stanley, sabe o ECO.
Aliás, o ECO apurou que grande parte dos investidores do autointitulado Comité de Credores acompanhou a decisão do grande fundo obrigacionista norte-americano e também já aderiu à proposta de recompra de dívida do banco de transição. Este grupo de grandes credores controlava mais de 30% das obrigações que o Novo Banco quer comprar a desconto através da oferta que termina no próximo dia 2 de outubro.
São boas notícias para o banco liderado por António Ramalho, que volta a reunir com os seus obrigacionistas esta sexta-feira. Vão ser votadas 12 linhas de obrigações que não foram ainda decididas por falta de quórum na primeira Assembleia Geral, realizada no início do mês.
O sucesso da operação ainda é incerto até porque as ordens de venda da parte dos investidores vão continuar a chegar ao Novo Banco até à próxima segunda-feira. Por outro lado, aos 500 milhões de euros em poupanças que banco tem de assegurar para que a venda ao Lone Star seja concretizada, será preciso juntar mais algumas centenas de milhões para cobrir os encargos que a instituição vai ter de assumir com os juros dos depósitos — o Jornal de Negócios estimava esse custo em 230 milhões.
Ou seja, só quando for conhecido o grau de aceitação da oferta de depósitos é que os responsáveis do Novo Banco farão as contas finais, sendo que os investidores podem aceitar a proposta de depósitos bancários para lá do dia 2 de outubro.
Além da forte participação dos grandes investidores, o ECO sabe que os investidores de retalho também aderiram massivamente, ajudando a abrir caminho ao êxito da operação. Havia incerteza em relação ao voto destes pequenos credores que detinham cerca de 40% do bolo total de 8,2 mil milhões de euros em obrigações (valor nominal), sobretudo depois de conhecida a decisão favorável da Pimco no início desta semana.
Se os responsáveis receavam que os pequenos investidores revogassem as suas ordens já depois de o Novo Banco ter garantido a aprovação a Pimco, e com isso evitando as perdas que estão implícitas na oferta, tal movimento de saída não se veio a verificar até esta quarta-feira, que foi quando terminou o período de revogação de ordens. Quem já deu ordem de venda já não pode voltar atrás.
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