CDS vai apresentar moção de censura ao Governo
A líder do CDS-PP Assunção Cristas anunciou esta tarde, em conferência de imprensa, que o partido vai apresentar uma moção de censura ao Governo.
O CDS diz que o Governo não cumpriu a “função mais básica do Estado” — proteger as pessoas — nem retirou qualquer consequência da tragédia de Pedrógão. E vai apresentar uma moção de censura ao Governo.
Em declarações proferidas na sede do partido na tarde desta terça-feira, a líder do CDS aponta para o relatório da comissão técnica sobre os acontecimentos de Pedrógão, dizendo que este é “claro nas falhas que aponta na prevenção e no combate ao fogo, assumindo uma janela de tempo em que, se tivessem sido empregados os meios disponíveis, teria sido possível evitar o pior”. E “o relatório do professo Xavier Viegas vai no mesmo sentido“, adiantou Assunção Cristas.
Para a líder do CDS-PP, o “Estado falhou na prevenção, falhou no combate e terá falhado também no socorro às vítimas.”
Depois de uma palavra de pesar e condolências a familiares e amigos das vítimas, a líder do CDS falou em “indignação” pela “repetição de uma tragédia de tão larga dimensão humana”. “Com a informação que já temos disponível e fazendo uma avaliação política das várias entidades e do Governo nestes episódios, decidimos agendar como primeiro ponto do nosso Conselho Nacional do próximo sábado, na Covilhã, a avaliação da tragédia dos incêndios deste ano, apresentar uma moção de censura ao Governo pela falha grande em cumprir a função mais básica do Estado: proteger as pessoas”, declarou Assunção Cristas.
O texto será entregue “amanhã ou depois” no Parlamento, após consultados os deputados do grupo parlamentar. Mas a decisão já foi comunicada ao Presidente da República e ao presidente do PSD, disse ainda.
Nos últimos quatro meses, o Governo “não parece ter retirado qualquer consequência da tragédia de Pedrógão”, criticou a líder dos centristas. “Nestes último quatro meses, o Primeiro-Ministro não agiu, não corrigiu os erros, não assumiu as responsabilidades e pautou-se pela inação”, acrescentou.
E agora, “repetida a tragédia”, o Governo “não assume uma única responsabilidade, não reconhece um único erro, não faz um único pedido de desculpas, não toma a dianteira em indemnizar os familiares das vítimas”, diz ainda.
Para o CDS, não basta aprovar medidas de médio e longo prazo: “o primeiro-ministro tem de demonstrar que está à altura de compreender a essência das funções do Estado e do serviço do Governo para as cumprir”.
“Os portugueses não podem ter um Governo que, numa situação de catástrofe, não compreende a sua função e não responde à altura das exigências”, frisou Cristas.
A centrista explica que, se a moção de censura vier a ser aprovada, “certamente que isso levará a uma demissão do Governo”. Mesmo conhecendo o apoio parlamentar do Executivo, “entendemos que uma situação desta gravidade, sem ímpar” na História recente, “é uma situação que justifica a censura ao Governo”, afirmou.
Aliás, Cristas afirma que há quatro meses o CDS fez alertas e sugestões, e o Primeiro-Ministro afirmou que “era o responsável direto por tudo o que se passasse a partir de então”. Com esta “repetição inimaginável” do cenário de incêndios, “é altura de o senhor Primeiro-Ministro se apresentar para as devidas consequências”, conclui.
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