Rendeiro: “Quem largamente contribui para os cofres do Estado deve ser tratado a pontapé e, se possível, espoliado”
Para João Rendeiro, este encaixe que ajuda o défice "terá, assim, um papel chave na reposição de direitos e rendimentos no ano que se avizinha".
“Um contributo decisivo para o êxito político da geringonça e a sua cavalgada para uma nova maioria governativa”. É assim que o fundador do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, classifica o encaixe da “massa insolvente” do BPP que o Governo prevê no Orçamento do Estado para 2017, num post do seu blogue Arma Crítica.
Em causa está a recuperação de garantias estatais no valor de 450 milhões de euros que, aliada ao efeito da economia, aos dividendos do Banco de Portugal, há dedução de encargos com as PPP (Parcerias Público-Privadas) e o pagamento de menos juros com uma amortização antecipada vão dar origem a um défice de 1,6%, na previsão do Governo no relatório do OE/2017.
Num exercício de ironia, Rendeiro descreve um imaginado e alegado encontro com o deputado e porta-voz do Partido Socialista, João Galamba, e a deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua. Este teriam agradecido pela ajuda ao défice que o BPP vai dar em 2017, mas Rendeiro deixa um recado no final do texto: “Quem largamente contribui para os cofres do Estado deve ser tratado a pontapé e, se possível, espoliado”.
"Quem largamente contribui para os cofres do Estado deve ser tratado a pontapé e, se possível, espoliado.”
“Quiseram estes deputados, em representação da geringonça, agradecer na minha pessoa o alto contributo do BPP para o Orçamento de 2017”, escreve Rendeiro, que ataca a ‘geringonça’ por se servir agora do BPP quando “em 2008 a crise do ‘banco dos ricos’ foi explorada ad nauseum para esconder os problemas bem mais graves dos outros bancos – a CGD, entre muitos outros”. O fundador do BPP diz que foi apresentado como a “ovelha negra” de um “odioso mundo da Alta Finança”.
"Um contributo decisivo para o êxito político da geringonça e a sua cavalgada para uma nova maioria governativa.”
“Ficará, assim, reduzida a zero, a utilização de dinheiro dos contribuintes no BPP. Espantosamente será o BPP um dos raros bancos onde os contribuintes acabarão por ter um ganho apreciável tendo em conta os impostos pagos”, argumenta João Rendeiro. De relembrar que, de acordo com a Conta Geral do Estado de 2014, desde 2008, o BPP custou ao Estado mais de 600 milhões de euros.
Para João Rendeiro, este valor que ajuda o défice “terá, assim, um papel chave na reposição de direitos e rendimentos no ano que se avizinha”.
Editado por Mónica Silvares
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