A Revolut chegou a Portugal e promete pôr os grandes bancos a tremer

É considerada uma das fintech de maior crescimento e tem uma aplicação que chegou agora a Portugal. A Revolut promete fazer tremer os grandes bancos com as suas contas sem custos.

Criar uma conta em 60 segundos. Gastar em qualquer parte do mundo sem comissões e à taxa de câmbio real. Transferir dinheiro para outro país de forma gratuita em 26 moedas diferentes. Estas são algumas das promessas feitas pela Revolut, uma aplicação associada a um cartão da MasterCard que quer ser a alternativa aos grandes bancos. Agora, chegou também a Portugal.

Ouvir falar da Revolut é escutar uma série de declarações ousadas que são ameaças diretas à banca tradicional. O ECO falou por email com o cofundador e CEO da Revolut, Nikolay Storonsky, que começa logo por atirar: “Ninguém gosta dos grandes bancos. São notoriamente caros, oferecem tecnologia pobre e veem os clientes como nada mais do que números numa base e dados. A Revolut está aqui para acabar com a festa dos grandes bancos e para oferecer aos portugueses uma alternativa real.” Irá conseguir?

Primeiro, importa perceber o que é esta empresa. Com sede em Londres, a Revolut é uma das startups de fintech de maior crescimento em todo o mundo, de acordo com a Business Insider. Este verão, fechou uma nova ronda de capital de quase 56 milhões de euros50 milhões de libras –, subindo a sua avaliação para 335,8 milhões de euros.

Mas os resultados financeiros preocupam. Em 2016, terá tido um prejuízo de quase oito milhões de euros face a 2,6 milhões de euros de receitas. É normal numa empresa nesta fase (tem dois anos, apenas). A preocupação está na rubrica do “custo das vendas”, que se cifrou em 8,7 milhões — por outras palavras, a Revolut terá gastado um euro por cada 50 cêntimos que gerou.

Mas há também números que impressionam pela positiva. Em dois anos, a Revolut conquistou já cerca de 850.000 utilizadores, a um ritmo entre 2.000 e 3.000 novas contas por dia. Processou 42 milhões de transações num montante global de quase 3,4 mil milhões de euros. Apesar de não cobrar comissões ou taxas nestas transferências, o modelo de negócio assenta nas contas premium, por 6,99 euros mensais, ou vocacionadas para empresas, com modalidades dos 25 aos 1.000 euros de mensalidade. Destas, a Business Insider garante que a Revolut estará a captar 40 novos clientes empresariais todos os dias.

“Os portugueses podem agora criar uma conta na Revolut em 60 segundos”, afirma Nikolay Storonsky ao ECO, indicando que a empresa quer continuar a expandir-se no país para as restantes áreas nas quais já presta serviços lá fora: seguros e crédito, por exemplo. Já terá cerca de 15.000 clientes em Portugal. “Queremos também ter uma equipa dedicada em Lisboa num futuro próximo”, avança o cofundador da aplicação.

Sobre o conceito da Revolut, explica: “É a aplicação de banca digital líder na Europa, permitindo aos clientes abrirem uma conta corrente ligada a uma aplicação móvel. Os utilizadores podem transferir dinheiro gratuitamente ao nível internacional, gerir e transacionar 26 divisas na aplicação à taxa de câmbio real e gastar livremente, sem taxas, em 120 divisas com o cartão contactless da MasterCard.”

Quando se trata de dinheiro, a palavra confiança vem sempre à tona. Não haverá muita gente com estômago para depositar as poupanças num serviço em que não confia. E Nikolay Storonsky sabe isso. Será uma barreira? O cofundador não acredita que isso seja um problema. “Desde o nosso lançamento há dois anos, criámos uma marca de confiança, abertura e transparência com os nossos utilizadores”, diz.

E como se faz isso? “Sempre que pensarmos em lançar um novo produto, falaremos sempre com a comunidade primeiro. Queremos que os nossos utilizadores saibam que nos estão a ajudar a construir esta alternativa global à banca. Ao contrário dos bancos tradicionais”, chuta. Além disso, garante que toda a atividade da Revolut está “totalmente em conformidade” com as diversas obrigações legais. A aplicação encontra-se disponível nas principais lojas, Play Store e App Store. Para registar, exige dados como o primeiro e último nome, data de nascimento, morada e código postal.

Para os próximos tempos, a Revolut está a preparar uma incursão no mundo das criptomoedas, as moedas digitais como a bitcoin que têm vindo a valorizar a todo o gás este ano. Nikolay Storonsky confirma-o ao ECO: “Sim, a nossa equipa tem trabalhado sem intensamente para desenvolver novas funcionalidades, como as criptomoedas. Vamos lançar a primeira fase dessa funcionalidade no próximo mês de novembro e os utilizadores passarão a poder comprar, manter, cambiar ou transferir bitcoins internamente. Iremos adicionar suporte ao Ethereum e Litecoin depois.”

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