As baterias viciam? Cinco mitos sobre a tecnologia
Um telemóvel mais caro é um telemóvel melhor? As baterias viciam? Os computadores ficam lentos com o tempo? Descubra cinco mitos sobre a tecnologia que deve esquecer de uma vez.
A tecnologia que usamos regularmente evoluiu muito nos últimos anos. Os telemóveis mais antigos, que de mobilidade tinham muito pouco, deram lugar aos smartphones que cabem no bolso e até sabem o que queremos, antes de o querermos. Com essa evolução, algumas coisas que eram verdade deixaram de o ser, muito embora essas crenças perdurem no tempo sob a forma de mitos.
Por isso, muita coisa já não é verdade (ou nunca foi). Certas práticas podem até fazer mais mal do que bem aos aparelhos. O The New York Times encontrou cinco mitos tecnológicos que vale a pena conhecer. No fim, o melhor é esquece-los de uma vez.
1. É mais caro? É melhor
Oh, a velha máxima… Na hora de comprar um telemóvel ou computador novo, a tendência é para acreditar que, se é mais caro, é melhor. Por outras palavras, a crença geral é a de que um aparelho que aparenta ter melhores características é superior, é melhor e vai durar mais tempo. Segundo o jornal norte-americano, essa ideia não podia estar mais errada.
Primeiro, porque o computador topo de gama, com as melhores características e o melhor processador do mercado, pode não ser o ideal para quem, por exemplo, se limita a escrever textos, fazer apresentações e aceder a jornais e redes sociais. Antes, um computador melhor é ideal para quem precisa de uma máquina com muitos recursos: seja para editar vídeo ou usar outros programas pesados. Segundo, porque melhores especificações não significam qualidade superior — ou seja, não é por ser mais caro que o aparelho vai durar mais tempo. Ponto.
Assim, indica o The New York Times, a obsessão das características de um aparelho são uma pura perda de tempo para a generalidade dos consumidores. A não ser que esteja à procura de algo mais específico por motivos profissionais, por exemplo.
2. As baterias viciam
Ouve-se em todo o lado: as baterias dos telemóveis e dos computadores viciam-se com o tempo. Certo? Errado. Muita gente crê que só deve carregar a bateria do telemóvel quando a mesma está completamente a zeros. Não só é um mito como é prejudicial para o aparelho.
As baterias mais antigas tinham, de facto, esse problema: se fossem carregadas contendo ainda alguma carga, a bateria, com o tempo, deixava de poder ser carregada na sua totalidade. Atualmente, as baterias comuns usadas nos aparelhos eletrónicos são as chamadas “baterias de iões de lítio” (Li-ion battery) — e são inteligentes. Isso significa que sabem quando estão totalmente carregadas, não devendo haver problemas significativos se deixar o smartphone à carga durante toda a noite.
Este é, aliás, daqueles mitos que fazem mais mal do que bem. Como explica o jornal, as baterias de iões de lítio possuem um número limitado de ciclos de carga. Um ciclo de carga acontece quando deixa a bateria descarregar até ao fim. Por isso, carregar, por exemplo, perto dos 20% será o ideal.
Mas quer mesmo saber qual o principal inimigo das baterias nos dias de hoje? Aquele pequeno demónio que faz o seu telemóvel perder capacidade de carga com o tempo? É o calor. Evite altas temperaturas e mantenha os seus gadgets mais saudáveis.
3. Mais megapixels = melhor câmara
Outro mito: o dos megapixels. A ideia generalizada é a de que uma câmara com mais megapixels é uma câmara de qualidade superior, que tira melhores fotos. Mas não. O jornal The New York Times explica que, basicamente, os megapixels medem a quantidade de informação que o sensor da câmara é capaz de capturar.
No entanto, esse número não está diretamente relacionado com a nitidez das fotografias que a câmara é capaz de capturar, nem a profundidade ou o contraste das cores — as principais características que, na realidade, os consumidores, em geral, procuram numa câmara. Os megapixels, em teoria, permitem apenas que a câmara tire fotos de maior resolução, ou seja, fotografias maiores, em termos de comprimento e largura (medidos em píxeis).
Como saber, então, se a câmara do telemóvel que quer comprar tem qualidade satisfatória? O jornal recomenda a consulta de artigos de revisão que são, muitas vezes, publicados nos jornais por especialistas ou jornalistas de tecnologia. Por norma, a câmara — ou as câmaras — são um dos pontos a merecerem análise. O ECO, por exemplo, também o faz: veja exemplos aqui e aqui.
4. O telemóvel está programado para ficar lento com o tempo
Quem aprecia tecnologia já deve conhecer o conceito de “obsolescência programada”. Não é difícil de perceber: diz-nos que os aparelhos são programados pelas fabricantes para ficarem obsoletos com o tempo, como forma de incentivar os consumidores a comprarem um modelo novo e mais recente.
Todos os telemóveis são geralmente rápidos quando novos. No entanto, a tendência é para ficarem cada vez mais lentos com o tempo. As aplicações parecem demorar mais tempo a abrir. Por vezes, o sistema congela. E ninguém gosta disso. Aliás, quase de certeza que também já lhe aconteceu a si.
Ora, o conceito de “obsolescência programada” é real, sim, mas em casos muito específicos. Segundo o The New York Times, é um erro pensar que existe uma conspiração e que as marcas, deliberadamente, fazem com que os nossos telemóveis ou computadores fiquem lentos para nos obrigar a ir às lojas. Saiba por isso que, na maioria dos casos, a lentidão que surge com o tempo é explicada por um outro fator: a evolução. O mercado das aplicações está já bastante maduro. A cada dia surgem componentes com mais e melhores capacidades. A tecnologia nunca avançou tão rápido. E isso permite aos programadores desenvolverem aplicações cada vez mais pesados.
Quando a Apple lança uma nova versão do sistema iOS, fá-lo a pensar mais nos novos modelos do iPhone e do iPad, e não nos mais antigos. O sistema é desenhado para caber na perfeição nesses novos aparelhos. E embora a marca permita a instalação em alguns modelos anteriores, não é de estranhar que a carga de novas funcionalidades os possa fazer ficar mais lentos, pesados. Sim, os aparelhos até podem ficar lentos com o tempo. Mas é o preço a pagar pela evolução. Não é uma conspiração para nos obrigar a gastar mais dinheiro, garante o The New York Times.
5. É sempre melhor fazer seguro
Se já comprou um gadget numa loja de tecnologia, provavelmente foi-lhe oferecida a hipótese de, com um custo acrescido, subscrever um seguro que lhe repara o equipamento em caso de problemas. No entanto, de acordo com o jornal, essas ofertas, na maioria das vezes são inúteis.
É muito fácil um consumidor cair na tentação de subscrever uma cobertura extra contra danos quando compra um aparelho novo. Por norma, os telemóveis, computadores ou tablets são equipamentos dispendiosos e ter um seguro acrescido retira algum peso da consciência.
No entanto, na maioria das vezes, o seguro extra corre lado a lado com a garantia da fabricante do equipamento. Aliás, ativar o seguro em caso de problemas poderá mesmo desacelerar o processo de reparação, dependendo dos casos.
É evidente que a garantia não cobre todos os riscos. Mas os principais já estão ao abrigo dela, pelo que o The New York Times recomenda que poupe esse dinheiro extra. Ainda assim, se lhe dá alívio ter um seguro, deverá considerar o preço que esse seguro lhe custa face ao preço total do aparelho. Existem vantagens, claro, mas fica ao seu critério. Avalie as condições e, se lhe parecer bem, subscreva-o na mesma.
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