Emigração cai 30% desde o pico da crise

  • Juliana Nogueira Santos
  • 31 Outubro 2017

Há cada vez menos pessoas a sair do país, mas a balança migratória ainda está longe de atingir o ponto de equilíbrio. A imigração e os nascimentos aumentaram em 2016.

O número de emigrantes está em queda desde 2013, tendo recuado 29% desde aí. A balança migratória — a diferença entre entradas e saídas — esteve perto de atingir o ponto de equilíbrio em 2016, com o número de imigrantes a avançar 70% desde o pico da crise, mas ainda regista um saldo negativo de mais de 8 mil pessoas.

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), 53.786 pessoas saíram de Portugal em 2013, enquanto em 2016 saíram apenas 38.273 pessoas. No que diz respeito às entradas, Portugal é um país cada vez mais atrativo para os imigrantes, sendo que em 2013 entraram 17.554 pessoas e em 2016 este número subiu para 29.925. Ainda assim, a diferença entre entradas e saídas continua a registar um saldo negativo de 8.348 pessoas.

Balança migratória perto do equilíbrio

Fonte: INE

O saldo é também negativo no que diz respeito à diferença entre nascimentos e óbitos, sendo que nasceram mais bebés em 2016, comparando com o ano anterior, mas também morreram mais pessoas. Os quatro indicadores (nascimentos, mortes, entradas e saídas de pessoas) em conjugação traduzem-se numa diminuição de 0,3% na população residente.

Nascimentos aumentam, mas os óbitos também

Fonte: INE

O ano de 2016 contou com 87.126 nados vivos, estando em causa uma subida de 1,9% em relação ao ano anterior. No entanto, o número de mortes também avançou 1,8%, de 108.539 para 110.535, o que perfaz um saldo natural negativo. Assim, em 2016 viviam 10.325.452 pessoas em território nacional.

Quem sai e quem entra?

O INE traça o perfil dos emigrantes e imigrantes nacionais, sendo estes sobretudo homens em idade ativa. No caso dos imigrantes, metade dos que chegam ao país tem nacionalidade portuguesa e regressa ao seu país. Quando falamos de emigrantes, 41% têm educação superior.

➡️Imigrantes permanentes

  • 51% são homens
  • 50% têm nacionalidade portuguesa
  • 39% nasceram em Portugal
  • 50% residiam anteriormente num país da União Europeia
  • 80% são pessoas em idade ativa (entre os 15 e os 64 anos)

⬅️Emigrantes permanentes

  • 61% são homens
  • 97% têm nacionalidade portuguesa
  • 76% tiveram como destino em país da União Europeia
  • 94% são pessoas em idade ativa
  • 41% têm ensino superior

Para além dos emigrantes permanentes, em 2016 registaram-se 58.878 emigrantes temporários, ou seja, pessoas que pretendem viver no estrangeiro durante um período de três meses a um ano. Estes diminuíram 3,2% relativamente ao ano anterior, contrariando a tendência que se seguiu até 2014.

Mulheres casam e têm filhos mais tarde

A tendência de adiamento do casamento e da maternidade mantém, com a idade média da mulher no casamento a subir de 31,0 para 31,3 e a idade média da mãe ao nascimento do primeiro filho a avançar de 30,2 para 30,3 anos. No caso dos homens, a idade média de casamento também avançou de 32,5 para 32,8 anos.

Em 2016, fizeram-se mais seis casamentos que no ano de 2015, tendo-se decretado menos 1.037 divórcios. Por outro lado, o índice de fecundidade continua em recuperação, com cada mulher a ter 1,36 filhos em média.

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