Banca prevê mais procura de crédito até ao final do ano

Até ao final do ano, os particulares vão ser responsáveis pelo aumento da procura de crédito. A banca espera que as boas condições na habitação e no consumo proporcionem essa tendência.

A procura de crédito nos particulares deve aumentar até ao final do ano. A tendência é registada esta terça-feira no inquérito sobre o mercado de crédito onde o Banco do Portugal revela que a banca espera uma subida da procura de empréstimos em duas vertentes: aquisição de habitação (três das cinco instituições dizem-no) e para o consumo (duas das cinco instituições dizem-no).

“As instituições antecipam um aumento ligeiro da procura, quer de empréstimos para aquisição de habitação, quer de empréstimos para consumo e outros fins”, revela o Inquérito aos Banco sobre o Mercado de Crédito.

O inquérito revela ainda que nos últimos três meses a “pressão exercida pela concorrência e a melhoria nas perspetivas do mercado da habitação terão contribuído para uma ligeira redução da restritividade na concessão de crédito a particulares para habitação“, notou um dos cinco grupos bancários inquiridos.

Duas instituições indicaram uma redução ligeira dos spreads nos empréstimos de risco médio concedidos a particulares para aquisição de habitação, e uma instituição reportou uma evolução semelhante no caso dos empréstimos para consumo e outros”, nota o inquérito.

Esta redução da restritividade deveu-se às “melhores perspetivas do mercado de habitação, incluindo a esperada evolução dos preços da habitação”, explica o Banco de Portugal. Ou seja, há uma tendência dos bancos para dar mais crédito para habitação a particulares no futuro também.

Empresas estabilizam, particulares com aumento “ligeiro”

Em julho, agosto e setembro, os particulares procuraram mais empréstimos — um aumento “ligeiro” –, mas nas empresas a procura estabilizou. Uma das instituições, refere o Banco de Portugal, notou um aumento da procura de empréstimos por parte das PMEs.

Neste terceiro trimestre houve “uma redução dos spreads aplicados nos empréstimos de risco médio concedidos a empresas e, em menor grau, nos empréstimos concedidos a particulares”. A redução registada foi o efeito de “uma maior pressão concorrencial”.

Até ao final do ano, a tendência geral será de manter os critérios da concessão de crédito ao setor privado não financeiro. Mas há exceção: uma instituição “reportou que se tornarão ligeiramente mais restritivos nos empréstimos a grandes empresas. Para os particulares, as expectativas são em tudo semelhantes, embora uma instituição antecipe critérios ligeiramente menos restritivos”.

Procura aumenta na Zona Euro

Há mais empresas e particulares à procura de empréstimos na Zona Euro, mas as condições da concessão de crédito não mudaram nos últimos três meses. No inquérito do Banco Central Europeu explica-se que a maior procura deveu-se às baixas taxas de juro praticadas pelos bancos europeus.

A taxa de depósito negativa que o Banco Central Europeu tem praticado levou a uma maior concessão de créditos. No entanto, há um efeito negativo nas margens dos bancos nos empréstimos e na receita líquida dos juros.

Num inquérito que envolve 141 bancos, os bancos sinalizam uma maior restritividade para as empresas na concessão do crédito no último trimestre do ano. Os critérios para particulares e hipotecas vão continuar iguais.

Editado por Paulo Moutinho

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