Milionário príncipe saudita Alwaleed bin Talal entre dezenas de detidos por corrupção
Alwaleed bin Talal é um dos homens mais ricos do Médio Oriente, detendo investimentos no Twitter, na Apple, no Citigroup, na News Corporation de Rupert Murdoch, na cadeia hoteleira Four Seasons.
O milionário príncipe Alwaleed bin Talal figura entre as dezenas de detidos na noite de sábado na Arábia Saudita no âmbito de uma vasta investigação anticorrupção que também incide sobre antigos e atuais ministros.
A detenção de Alwaleed bin Talal foi avançada por um alto funcionário da King Holding Company, que o príncipe saudita preside, que falou à agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) sob condição de anonimato.
Alwaleed bin Talal é um dos homens mais ricos do Médio Oriente, detendo investimentos no Twitter, na Apple, no Citigroup, na News Corporation de Rupert Murdoch, na cadeia hoteleira Four Seasons e mais recentemente na Lyft.
Também é conhecido por ser dos membros da realeza saudita mais frontais, defendendo há muito mais direitos para as mulheres. É também o acionista maioritário do popular Grupo Rotana de canais árabes.
As cotações da Kingdom Holding Company, sociedade internacional de investimento detida em 95% por Al-Walid bem Talal, caíram 9,9% na abertura de hoje, no dia seguinte à sua presumível detenção. O índice Tadawul All-Shares (Tasi), da bolsa mais importante dos países árabes, caiu igualmente 1,6% apenas um minuto depois da abertura, na sequência da detenção de príncipes e de dezenas de ministros numa purga sem precedentes na Arábia Saudita. Segundo o regulamento da bolsa saudita, as ações não podem baixar mais de 10% numa sessão.
Até ao momento, o Governo saudita apenas anunciou que foi lançada uma investigação anticorrupção, mas os ‘media’ estatais reportaram que dezenas de príncipes e antigos e atuais ministros foram detidos, embora sem os identificar.
Segundo a cadeia de televisão Al Arabiya, pelo menos 11 príncipes, quatro ministros e “dezenas” de ex-ministros foram detidos na noite de sábado na Arábia Saudita por ordem de um comité anticorrupção criado horas antes pelo rei Salman bin Abdulaziz. Este comité, dirigido pelo príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman, tem como missão investigar casos de corrupção detetados no reino, segundo informou ainda antes da notícia das detenções a agência oficial SPA. O novo organismo tem o poder de emitir ordens de detenção e de proibição de viajar para o estrangeiro, além de poder congelar bens dos investigados e adotar outras medidas preventivas ainda antes de os casos chegarem a tribunal.
Ao mesmo tempo que criava o novo comité anticorrupção, o rei Salman anunciava alterações significativas nas autoridades do reino: destituiu o responsável da Guarda Nacional, o comandante da Armada e o ministro da Economia.
Contas congeladas
As contas bancárias de personalidades sauditas detidas por alegada corrupção serão congeladas e objeto de investigação, enquanto os bens passam para o Estado, anunciou este domingo o Ministério da Informação de Riade.
“Todos os bens e propriedades ligados a estes casos de corrupção serão registados como propriedade do Estado”, escreveu o Ministério na sua conta oficial, na rede social Twitter. Todos os bens “resultantes de corrupção serão restituídos ao Estado”, especifica.
Todos os bens e propriedades ligados a estes casos de corrupção serão registados como propriedade do Estado.
O Ministério precisou que as transações e as transferências bancárias “serão interditas” a todas pessoas e instituições abrangidas pelos inquéritos, “qualquer que seja o seu estatuto”.
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