Glartek: os portugueses que foram mais longe no pitch do Web Summit
A Glartek foi a única startup portuguesa que conseguiu chegar às semi-finais do concurso de Pitch, que elege a melhor startup do Web Summit.
O Web Summit trouxe a Lisboa mais de duas mil startups. Dentro do recinto, a Glartek foi a portuguesa a ir mais longe. A única representante nacional a chegar às semifinais contou ao ECO como viveu os três dias do evento e o “trabalho de casa” que foi necessário. Para o ano há mais, e o objetivo é pisar o palco principal como finalistas. Por agora, já trabalham com grandes empresas e estão a contratar.
Foram 2.100 startups de 96 diferentes nacionalidades a juntarem-se no Parque das Nações para o Web Summit. Portugal teve a maior representação: 285 negócios empreendedores. Mas só 14 startups portuguesas foram selecionadas para o concurso de melhor startup e, entre elas, só uma levou Portugal às semifinais do Pitch: a Glartek.
A Glartek ficou, nesta fase, no grupo daquela que viria a ser a grande vencedora da competição, a Lifeina. A eliminação não foi sinónima de desmotivação. “Para o ano queremos voltar e queremos chegar aos finalistas e pisar o grande palco! Até para o ano Altice Arena!“, diz Luís Murcho, o fundador e CEO.
O produto da Glartek, assim como foi apresentado no Web Summit
A Glartek tem pouco mais de um ano e uma equipa de seis pessoas que, no próximo mês de janeiro, vai acolher dois novos elementos. Um nono, para a posição de backend developer, ainda não está escolhido. São os criadores de uma aplicação que vem facilitar a manutenção industrial. Como? Além de auxiliar no diagnóstico de problemas com tecnologia de realidade aumentada, diminui a burocracia que tantas vezes atrasa a produção. Mais eficiência também significa menos custos. Estes foram alguns dos argumentos que ajudaram a convencer o júri.
No ringue
Os jurados foram enfrentados pelo próprio Luís Murcho, o CEO, que fez todos os pitch. O nervosismo também esteve lá sempre, “mas quem anda nesta vida, acaba por se habituar”, conta Luís. “E existe sempre aquele prazer em demonstrar ao mundo a nosso produto e a nossa visão”, sublinha.
"[Entre as startups, principalmente portuguesas] apoiamo-nos muito uns aos outros.”
O ambiente competitivo não foi uma dificuldade. Neste aspeto, realça o apoio que sentiu entre os participantes portugueses. “Existe sempre muito apoio por parte de outras startups, principalmente da comunidade Portuguesa. Apoiamo-nos muito uns aos outros”. O maior problema é mesmo o cansaço que se vai acumulando durante os três dias, garante.
Antes do combate
A Glartek não foi para o ringue desprevenida — quis levar as melhores luvas. “Já tínhamos definido alguns contactos cruciais para fazer durante o evento e estratégias para ganhar alguma visibilidade para outros”, revela Luís Murcho. Os alvos eram não só clientes e investidores, mas também parceiros.
O “trabalho de casa” incluiu um estudo das empresas que iam estar presentes e com quem queriam falar, um levantamento dos eventos em que valia a pena aparecer, agendar reuniões e marketing que foi desde flyers às redes sociais. Só assim se consegue estar pronto para “aproveitar o máximo possível quando chega o momento“, defende o CEO.
Aqui consegue-se sim, o primeiro contacto com os investidores, que tem que ser trabalhado daqui para a frente.
Mas aproveitar o máximo possível não é equivalente a conseguir grandes investimentos. Da perspetiva de Luís, isto “é muito improvável ou muitas vezes uma ilusão que muita gente leva para o evento”. “Aqui consegue-se sim, o primeiro contacto com os investidores, que tem que ser trabalhado daqui para a frente”, esclarece.
3, 2, 1… Não, não existe K.O.
Apesar de não ter chegado ao palco principal, a Glartek conseguiu a atenção dos presentes em vários momentos — atenção essa que se traduziu na afluência ao stand. Para Luís, o concurso “é sempre uma excelente oportunidade para nos dar a conhecer durante o evento”. Depois do pitch, “muita gente nos veio dar os parabéns e procurar mais informação sobre a Glartek”, conta.
O movimento acrescido ajudou aos resultados. Luís diz que superaram as expectativas que tinham quando entraram nos pavilhões da FIL. “Conseguimos falar com a grande maioria dos contactos e fizemos outros que não estávamos à espera”, relata. No evento, espoletaram o interesse de “grandes players internacionais” de mercados que vão da produção alimentar, retalho e energia ao setor automóvel. Estes podem agora juntar-se à Jerónimo Martins e EDP na lista das grandes empresas interessadas no produto da Glartek. Estas últimas estão, de momento, a colaborar em projetos-piloto com a startup.
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