TAP espera “um ano extraordinário, de desempenho financeiro incomum”
A subsidiária de engenharia e manutenção continua a pesar nas contas da TAP, mas a companhia aérea deverá regressar aos lucros no conjunto deste ano, antecipa Diogo Lacerda Machado.
A TAP reportou prejuízos de 52 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, um valor que até representa um ligeiro agravamento em relação ao mesmo período de 2016, mas deverá regressar aos lucros no conjunto do ano. Este será “um ano extraordinário”, muito graças ao aumento significativo da procura que a companhia aérea tem conseguido. A projeção é de Diogo Lacerda Machado, administrador não executivo da TAP, que antevê um “futuro interessantíssimo” para a empresa.
“Pode esperar-se um ano extraordinário, de desempenho económico-financeiro incomum”, antecipou Lacerda Machado, à margem do 43º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que este ano decorre em Macau. Questionado pelo ECO sobre os prejuízos do primeiro semestre, o administrador justifica os resultados com “um pagamento que foi o último esforço para equilibrar a exploração da VEM“.
Recorde-se que a TAP comprou a VEM (a antiga Varig Engenharia e Manutenção, entretanto rebatizada de TAP Engenharia e Manutenção) em 2006, por 24 milhões de dólares, tendo assumido um passivo avaliado, nessa altura, em 100 milhões de dólares. Desde então, a TAP nunca conseguiu inverter os prejuízos da subsidiária, pelo que as contas do grupo têm sido sempre penalizadas. Ora, sem o peso da parte da engenharia e manutenção, as contas seriam positivas, diz Lacerda Machado. “Se se descontar esse não recorrente, as pessoas perceberão como o ano vai ser muito interessante”.
Normalmente, o aumento da oferta corresponde, numa fase inicial, a uma diminuição da taxa de ocupação, mas, aqui, a resposta foi absolutamente imediata, praticamente todas as linhas da TAP têm aumentado.
A contribuir para este ano positivo está o aumento do tráfego da companhia aérea. “A TAP aumentou muito a oferta. Normalmente, o aumento da oferta corresponde, numa fase inicial, a uma diminuição da taxa de ocupação, mas, aqui, a resposta foi absolutamente imediata, praticamente todas as linhas da TAP têm aumentado, e muito, e as receitas também”, detalha o administrador não executivo. O grupo deverá, assim, regressar aos lucros e interromper o ciclo de três anos consecutivos de resultados negativos. A TAP SGPS reportou prejuízos de 27,7 milhões de euros no ano passado, de 156 milhões em 2015 e de 85 milhões em 2014.
Além disso, no próximo ano — em julho, se tudo correr como planeado –, a companhia aérea vai receber novos aviões, “com níveis de eficiência bem diferentes destes aviões antigos que a TAP opera”. Por outro lado, “o resultado da reconfiguração da privatização [em que o Estado voltou a ser acionista, ficando com metade da TAP] criou condições extraordinárias para a TAP ter um futuro interessantíssimo”, defendeu Lacerda Machado, que esteve envolvido neste processo de reconfiguração, a defender os interesses do Estado.
A jornalista viajou a Macau a convite da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).
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