Galamba Oliveira: “Os seguros passam frequentemente ao lado dos decisores políticos”
O representante das seguradoras salienta o papel do setor na economia,considerando que muitas vezes não é valorizado pelos decisores políticos.
“Absolutamente central”, é desta forma que José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) classifica a relevância do setor que representa para a economia, um papel que segundo o próprio “frequentemente passa ao lado dos decisores políticos“.
A crítica foi deixada pelo representante das seguradoras no âmbito da conferência anual da APS que se realiza esta segunda-feira à tarde, em Lisboa, e cujo tema é precisamente “A importância da atividade seguradora na economia portuguesa”.
Neste âmbito, José Galamba de Oliveira, destaca o facto de que o setor dos seguros “não é protagonista de crises“, salientando ainda que as seguradoras “são conservadoras nos investimentos“, e que “não são notícia quando pagam indemnizações”.
Galamba de Oliveira destaca na atividade seguradora a relevância que esta pode ter no que diz respeito “à diferença entre a recuperação rápida e a recuperação lenta de problemas“, dando como exemplo os violentos incêndios que afetaram nos últimos meses sobretudo o norte e o centro do país, elogiando a “forma célere” como se processou o processo de recuperação. “Ter seguro faz de facto a diferença”, referiu a este propósito.
O presidente da APS destaca ainda o papel solidário das seguradoras na gestão do tema dos incêndios, com a criação de um fundo solidário de 5,6 milhões de euros que permitiu “evidenciar a vocação mais humanista e menos economicista” por parte do setor.
Há muito por fazer nos seguros
Mas para Galamba de Oliveira ainda há muito por fazer em matéria de seguros no país. “Os seguros per capita em Portugal estão abaixo da média europeia e a relação entre os prémios e o Produto Interno Bruto também está aquém da média europeia”, lembra o responsável da APS.
Uma opinião que é partilhada por José Almaça, presidente da ASF, o regulador do setor dos seguros, nomeadamente no segmento das catástrofes. Nomeadamente, no que respeita aos riscos dos incêndios e sísmicos. “É uma área que tenderá a agravar-se [catástrofes] e a penetração é ainda incipiente na sociedade portuguesa”, alerta o presidente da ASF, salientando que “é tempo de recuperar esse projeto e dar-lhe prioridade”, “reforçando a resiliência a eventos cada vez mais preocupantes”.
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