Exclusivo Santander Totta está contra a venda da SIBS
O banco liderado por Vieira Monteiro revelou a sua oposição à venda de uma participação na SIBS que teve o pontapé de saída em junho. Os outros bancos continuam interessados em fazer a operação.
Há quase seis meses era tornada pública a intenção da SIBS, a empresa que gere os pagamentos multibanco em Portugal, em encontrar um parceiro estratégico internacional. No início de junho, os acionistas da companhia de pagamentos eletrónicos aprovaram formalmente o processo de venda, tendo para tal contratado como assessor financeiro o Deutsche Bank. Mas segundo apurou agora o ECO, o Santander Totta, um dos acionistas, está contra essa venda e quer manter a sua participação na empresa de pagamentos.
Em resposta ao ECO, a porta-voz oficial do conselho de administração da SIBS, afirmou que a operação não se fará este ano, mas que a empresa de sistemas de pagamentos não tem instruções contrárias às que foram dadas pelos seus acionistas em junho, quando foi iniciado o processo de venda.
Em resposta a questões colocadas pelo ECO, a porta-voz do conselho de administração da SIBS esclarece nesta terça-feira que não há “nenhuma alteração, nem nenhuma orientação em sentido diverso do que foi informado em junho, podendo apenas confirmar-se que o processo não será concluído este ano“. A possibilidade de a concretização da alienação de uma participação da empresa de pagamentos passar para além do fim do ano já era admitida em junho e foi agora novamente reforçada. “O processo não tinha urgência, seguiria o seu ritmo, não sendo de esperar que se concluísse antes do final do ano”, diz ainda o esclarecimento agora conhecido.
Ainda assim, um presidente de um banco acionista da SIBS, que pediu o anonimato, afirmou ao ECO que o Santander Totta já comunicou que não quer vender a sua posição acionista na empresa, uma informação que terá sido transmitida recentemente pela instituição financeira espanhola liderada por António Vieira Monteiro. Portanto, posteriormente ao anúncio feito em junho. A operação mantém-se? “No nosso entendimento [dos outros bancos], a operação de venda de uma participação parcial da SIBS mantém-se nos mesmos moldes”, respondeu este gestor. Sem esclarecer se é a maioria ou não do capital.
O ECO já confrontou o Santander Totta com esta informação, mas até ao momento ainda não obteve esclarecimentos adicionais.
O conselho de administração da SIBS, presidido por Vítor Bento, esclarece que “as decisões que envolvam a propriedade da SIBS, como de qualquer outra sociedade, competem aos seus acionistas, pelo que serão sempre eles, em última instância, a decidir sobre os assuntos que envolvam a referida propriedade”.
De salientar que a SIBS é controlada pelos bancos do sistema, numa espécie de ‘coopetição’. A Caixa Geral de Depósitos, o BCP, o Santander Totta e o BPI são os maiores acionistas da dona da rede Multibanco, sendo as únicas instituições financeiras com participações acima de 10%.
Agora, com as mudanças tecnológicas e os novos players na área bancária, e a necessidade de dar outra capacidade para um mercado global, os acionistas da SIBS decidiram abrir formalmente o processo de venda da empresa. O objetivo será encontrar um parceiro estratégico, confidenciaram em junho várias fontes da empresa ao ECO. Uma venda total ou parcial, a uma empresa internacional do setor ou a um fundo de investimento seriam as opções em cima da mesa.
É líder de mercado e já tem operações em outros mercados, como a Argélia, a Nigéria, Angola ou em mercados europeus como Espanha ou a Polónia. Em 2016, a SIBS faturou cerca de 167 milhões de euros e apresentou lucros de 45 milhões. E investe cerca de 10% das vendas anuais.
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