Centeno é “presidente por acaso”, diz o Financial Times
O jornal diz que o ministro das Finanças português acabou por concorrer apenas com economias mais pequenas da zona euro para a presidência do Eurogrupo.
A nomeação de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo poderá dotar-se de simbolismo, por ser o primeiro presidente da Europa do Sul a ocupar o cargo. No entanto, afirma o Financial Times, é “improvável” que a nomeação do ministro das Finanças português traga “uma grande mudança cultural no funcionamento do Eurogrupo”. Aliás, o ministro português chegou lá “por acidente”, diz o jornal.
Mário Centeno chegou a ser o candidato preferido do jornal para o cargo no Eurogrupo. Antes disso, o mesmo Financial Times tinha considerado o governante português como um “candidato forte, como membro de um governo socialista num país saído de um programa de resgate“. Mas já lhe tinha notado a “pouca experiência na primeira linha da política, tendo passado a maior parte da sua carreira como um economista de banco central.”
Agora, Centeno conseguiu o cargo “por acidente”, adianta o jornal. E explica: o espanhol Luis de Guindos seria o sucessor natural de Dijsselbloem. Contudo, o ministro da Economia do país vizinho acabou por abandonar a corrida ao Eurogrupo em virtude de uma candidatura à vice-presidência do Banco Central Europeu. Já o candidato italiano, Pier Carlo Padian, acabou por se afastar devido às eleições que tomam lugar em Itália no próximo ano. Já França, que desde cedo tinha apresentado a candidatura de Bruno Le Maire, decidiu desviar as suas atenções para a presidência da Comissão Europeia.
O ministro Português ficou naquilo a que a publicação refere como sendo “uma corrida de última hora entre os quatro ministros de economias mais pequenas da Zona Euro”, nomeadamente Luxemburgo, Letónia e Eslovénia.
Segundo o Financial Times, Mário Centeno sublinhou que tomaria “uma posição neutral nas próximas discussões”, referindo o alívio fiscal da Grécia ou a integração de novos membros na Zona Euro. “A sua relativa inexperiência (Centeno ocupou grande parte da sua carreira como economista) também se pode adequar a players poderosos como a Alemanha, que não terão pressa em acelerar as conversações sobre as alterações na Zona Euro sem um governo em Berlim”, conclui.
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