Bolsa em queda antes da Fitch. Juros da dívida também
Agência deverá retirar a dívida portuguesa do nível "lixo" esta sexta-feira. Mas o sentimento é negativo na bolsa de Lisboa, numa altura em que os juros das obrigações também cedem terreno.
Dia de Fitch retirar a dívida portuguesa do nível “lixo”, uma expectativa partilhada por quase todos os analistas. Será o grande acontecimento do dia para os investidores e vai exercer influência ao longo do dia dos mercados. Para já, os juros da dívida portuguesa vão descendo, com o mercado a tentar antecipar-se a uma decisão positiva da agência de rating. Mas também a bolsa de Lisboa abriu em terreno negativo.
O principal índice português, o PSI-20, cede 0,50% para 5.328,18 pontos, com grande parte das cotadas em queda. No mercado obrigacionista, os juros da dívida portuguesa registam quedas nas primeiras horas do dia, sinalizando maior otimismo dos investidores. A yield implícita nas obrigações do Tesouro a dez anos, a referência do mercado, cede para os 1,824%.
“No mercado da dívida tem‐se assistido a um fluxo de ordens de compra de obrigações portuguesas. Muitos investidores têm tentado antecipar a decisão da Fitch, que muitos esperam que eleve o rating da República à categoria de investimento”, dizem os analistas do BPI no Diário de Bolsa. “A atribuição de um rating de investimento à dívida portuguesa torna‐a elegível de ser comprada por investidores institucionais conservadores como fundos de pensões ou seguradoras”, explicam.
Em Lisboa, são poucas as ações que escapam à pressão vendedora. Que é mais intensa na Pharol, cujos títulos afundam mais de 7% para 0,239 euros em nova sessão de quedas acentuadas. A empresa liderada por Palha da Silva tem sido afetada pelo recém-anunciado plano de reestruturação na brasileira Oi que vai retirar o controlo da operadora aos acionistas com a conversão de dívida em capital.
"No mercado da dívida tem‐se assistido a um fluxo de ordens de compra de obrigações portuguesas. Muitos investidores têm tentado antecipar a decisão da Fitch, que muitos esperam que eleve o rating da República à categoria de investimento.”
Entre os pesos pesados, as ações do BCP (as mais sensíveis aos juros da dívida) estão em terreno negativo: caem 0,31% para 0,2592 euros.
Nos CTT, que têm estado no centro do debate político por causa da perda de qualidade do serviço, também estão em baixa de 2,85% para 3,23 euros. O regulador do setor das telecomunicações deverão tornar mais rígidas algumas regras para os Correios.
Lá por fora, o sentimento nas bolsas também negativo. Em Frankfurt, Madrid, Paris e Milão, as perdas não excedem os 0,5%.
Os analistas do BPI lembram que “um evento que hoje deverá causar alguma volatilidade adicional é o vencimento de futuros e opções. Os momentos mais críticos são o intervalo entre as 10h50 e as 11h00 (vencimento de futuros e opções sobre o Eurostoxx50) e às 12h00 (futuros e opções sobre o DAX- 30)”.
(Notícia atualizada às 8h28)
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