Governo disponível para ajudar famílias a lidar com novos horários da Autoeuropa
O Governo está disponível para ajudar as famílias com os novos horários da Autoeuropa. O ministro do Trabalho anunciou que poderá haver um reforço nos “equipamentos sociais de apoio à família”.
O Governo vai continuar a acompanhar a situação na Autoeuropa e poderá assumir “responsabilidades em algumas dimensões” como a criação e reforço de “equipamentos sociais de apoio à família” que possa responder aos novos horários da fábrica. Já a “responsabilidade principal” para ultrapassar este impasse negocial “é das partes”, concluiu Vieira da Silva à saída da reunião desta sexta-feira, assinalando que este “é um momento muito importante de consolidação do novo projeto, que vai alargar a gama de produção, aprofundar a dinâmica e colocá-la melhor nos desafios futuros no setor automóvel”.
A administração da fábrica da Autoeuropa, em Palmela, e a Comissão de Trabalhadores vão retomar as negociações na próxima segunda-feira, segundo uma decisão tomada numa reunião com o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, e dois secretários de Estado. A informação foi inicialmente transmitida aos jornalistas pelo presidente da Comissão de Trabalhadores (CT), Fernando Gonçalves, e reafirmada pelo ministro.
O dirigente da CT escusou-se a adiantar mais pormenores, mas garantiu que o plenário de trabalhadores na fábrica do grupo Volkswagen se mantém para dia 20 de janeiro. Por seu lado, o diretor da fábrica, Miguel Sanchez, começou por caracterizar a reunião desta sexta-feira como “muito produtiva e proveitosa” para depois acrescentar que o que “pode mudar é o modelo de trabalho do segundo semestre”.
Depois da rejeição, em plenário, de dois pré-acordos negociados com a CT de alterações aos horários de trabalho, na sequência do aumento da produção, a administração impôs unilateralmente o novo modelo para ser implementado em finais de janeiro e que inclui 17 turnos semanais. Porém, esta posição foi rejeitada pela CT, que reiterou que “este modelo de horário e as suas condições são mais desfavoráveis e contrariam a vontade expressa pela maioria dos trabalhadores”.
"Existe um ambiente de diálogo franco e aberto das duas partes e o sinal de recomeçar o diálogo é extremamente positivo.”
Depois de mais de três horas de reunião “densa” no Ministério da Trabalhado, em Lisboa, agendada pelo Governo face a “uma situação difícil e exigente”, o ministro Vieira da Silva reafirmou a urgência de retomar o diálogo entre trabalhadores e a administração da Autoeuropa. Assim, a mensagem deixada às duas partes é que regresse de “forma sólida e duradoura” o “diálogo social construtivo e profícuo”.
Num encontro que contou com a presença do secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, e da secretária de Estado da Indústria, Ana Lehman, Vieira da Silva notou o empenho de todos para retomar o diálogo e alcançar soluções. “Existe um ambiente de diálogo franco e aberto das duas partes e o sinal de recomeçar o diálogo é extremamente positivo”, acrescentou o governante, que sublinhou não querer “minimizar a dificuldade da situação”.
A questão dos horários colocou-se com o fabrico do novo modelo T-Roc que, como recordou Vieira da Silva, tem “grande aceitação comercial” e as previsões são de “dobrar ou até ultrapassar” a produção global prevista. Este sucesso do modelo coloca a “empresa num patamar mais elevado e exigente”, além de permitir criar mais postos de trabalho.
(Atualizado às 15h15)
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