Como compara o modelo da Autoeuropa aos acordos rejeitados?
Após dois pré-acordos da Comissão de Trabalhadores com a Volkswagen que foram rejeitados pelos funcionários, a Autoeuropa impõe agora um modelo que é quase um intermédio entre as propostas anteriores
A Autoeuropa anunciou esta terça-feira, num comunicado interno enviado aos trabalhadores, que em fevereiro de 2018 vai começar com um novo modelo de trabalho, independentemente dos chumbos a dois pré-acordos que a Comissão de Trabalhadores (CT) negociara com a empresa. O novo modelo de trabalho não é exatamente igual a nenhum dos pré-acordos, mas tem pontos em comum com ambos. Como se vai processar o trabalho na Autoeuropa?
O turno da noite
O modelo que vai ser imposto até agosto do próximo ano envolve a introdução de um turno noturno, como se previa em ambos os pré-acordos, resultando em laboração contínua da fábrica. Os trabalhadores rejeitaram ambos os acordos que propunham esta formulação. De agosto para a frente vai entrar em vigor um modelo diferente, mas este será negociado com a Comissão de Trabalhadores, escreve a empresa no comunicado que enviou aos trabalhadores.
As folgas
No entanto, há uma diferença grande em relação ao segundo pré-acordo, recuando a um traço que existia no primeiro: o domingo é uma folga garantida, em vez de ser considerado dia de trabalho. Além disso, quem estiver a trabalhar o turno da noite não tem folgas rotativas. A semana de trabalho individual tem cinco dias, e não seis.
Também nos dias de descanso existem diferenças. Enquanto o segundo pré-acordo previa folgas rotativas com o sábado e o domingo como dias de trabalho, agora o domingo é uma folga fixa. Uma outra folga rotativa será atribuída de acordo com o horário de trabalho de cada um, e “em cada dois meses garantem-se quatro fins de semana completos e mais um período de dois dias consecutivos de folga”.
As remunerações
No que toca às remunerações adicionais, o modelo imposto é parecido ao último pré-acordo rejeitado. O acordo propunha que, na primeira fase, até ao verão, os trabalhadores recebessem pagamento por horas extraordinárias pelos sábados em que trabalhassem — tal como agora o modelo prevê um prémio de 100% sobre cada sábado trabalhado. O acordo anterior já previa o período para lá de agosto, altura em que os sábados deixariam de ser pagos com este prémio, mas sim através de um pagamento mensal adicional de 150 euros apenas. Agora, o período para além de agosto fica para negociar mais tarde.
Além disso, no entanto, acrescenta um prémio adicional de 25% sobre os sábados trabalhados no trimestre, de acordo com o cumprimento do volume planeado para o trimestre. O trabalho em dia de folga também vale pagamento de trabalho extraordinário.
O período de transição
O primeiro pré-acordo rejeitado propunha um modelo a aplicar durante todo o ano de 2018. O segundo, por sua vez, propunha um período de transição entre fevereiro e agosto, quando a fábrica fecha para o verão, e novas condições de agosto para a frente.
No modelo imposto agora pela empresa, só são conhecidas as condições de fevereiro a agosto. A partir de agosto, tal como no segundo acordo, prevê-se a entrada de uma quarta equipa, composta por trabalhadores com formação especializada, para reforçar os turnos. As condições e horários de trabalho, porém, não ficam esclarecidos — vão ser decididos em negociação com a Comissão de Trabalhadores, explica a empresa.
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