CGD vende 99% dos créditos de Vale do Lobo ao fundo ECS por 222,9 milhões de euros

O banco liderado por Paulo Macedo vendeu nas últimas semanas de dezembro os créditos que tinha sobre o empreendimento de Vale do Lobo ao fundo de reestruturação ECS.

O banco liderado por Paulo Macedo vendeu nas últimas semanas de dezembro 99% dos créditos do empreendimento de Vale do Lobo à ECS, fundo de reestruturação liderado por António de Sousa e Fernando Esmeraldo. O valor da operação ascende aos 222,9 milhões de euros. A conclusão ainda está dependente da luz verde das autoridades.

“A CGD confirma que efetuou, no dia 22 de dezembro, a alienação dos seus créditos sobre o Grupo Vale de Lobo pelo valor de 222,9 milhões de euros. O adquirente foi um fundo investimento da ECS Capital vocacionado para intervir em projetos no setor imobiliário e turístico”, refere o banco estatal ao ECO, confirmando a notícia avançada pelo Expresso esta tarde. O banco liderado por Paulo Macedo acrescenta ainda que a “Caixa espera que este ativo possa ser recuperado e rentabilizado”.

A Caixa vai assim transferir os créditos sobre Vale do Lobo para um fundo da ECS que já tem outros imóveis, como as Torres de Lisboa ou o novo edifício na Fontes Pereira de Melo. No âmbito desta operação, a ECS emite unidades de participação que serão subscritas pela própria CGD e que são, na prática, o financiamento da própria ECS para comprar aquele ativo. Outro dos credores, o Novo Banco, tinha um valor apenas residual destes créditos, mas também os alienou em conjunto com a CGD, apurou o ECO.

O BCP — o outro credor relevante de Vale do Lobo — chegou entretanto a um acordo com o fundo. O banco liderado por Nuno Amado decidiu vender todos os créditos que detinha à ECS.

"A CGD confirma que efetuou, no dia 22 de dezembro, a alienação dos seus créditos sobre o Grupo Vale de Lobo pelo valor de 222,9 milhões de euros. O adquirente foi um fundo investimento da ECS Capital vocacionado para intervir em projetos no setor imobiliário e turístico.”

Caixa Geral de Depósitos

Segundo fonte próxima do processo, a “ECS está preparada para manter o ativo entre cinco a seis anos. Ou durante mais tempo, se for caso disso”. A mesma fonte refere ainda ao ECO que não é expectável que se realize uma reestruturação que leve ao despedimento de trabalhadores. Pelo contrário. “À semelhança do que aconteceu a outros ativos que a ECS comprou, como por exemplo os Salgados (Algarve), até houve contratação de funcionários”, acrescenta.

Apesar de ser um investidor de longo prazo, que procura reestruturar os ativos para capitalizá-los passados alguns anos, este fundo liderado por António de Sousa e Fernando Esmeraldo já vendeu oito dos ativos que adquiriu, nomeadamente dois na Madeira, dois em Lisboa e um no Porto. Estas foram alienações aceleradas pela melhoria da conjuntura económica, refere fonte próxima.

(Notícia atualizada às 19h00 com mais informação)

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