Altice admite vender torres de telecomunicações em Portugal
Ao ECO, o líder da Altice Europa disse que o grupo não planeia vender ativos basilares em Portugal, mas admitiu a venda de torres de telecomunicações no país.
A Altice admite vender torres de telecomunicações também em Portugal, à semelhança do que está a fazer noutros mercados na Europa, como em França, por exemplo. A informação foi avançada por Dennis Okhuijsen, presidente executivo da Altice Europa, numa conferência telefónica com jornalistas esta quinta-feira.
Questionado pelo ECO sobre se vão ser vendidos ativos em Portugal, o gestor disse: “Em Portugal, claramente não estamos focados em vender quaisquer ativos e continuamos empenhados na aquisição da Media Capital. Creio que a única coisa que estamos a ponderar em Portugal é a venda do portefólio de torres [de telecomunicações], que consideramos ser um ativo não estratégico.” As torres em causa fazem parte da infraestrutura da Meo, a operadora com maior quota de mercado em Portugal.
"Creio que a única coisa que estamos a ponderar em Portugal é a venda do portefólio de torres [de telecomunicações], que consideramos ser um ativo não estratégico.”
No ano passado, levantaram-se preocupações acerca da liquidez da Altice para pagar os mais de 50 mil milhões de euros de dívida que acumulou ao longo de vários anos de aquisições. Dúvidas que levaram a uma significativa desvalorização das ações da empresa. Para reconquistar a confiança dos investidores, a empresa viu-se obrigada a anunciar a venda de ativos, como data centers na Suíça, o negócio da empresa na República Dominicana e torres de telecomunicações na Europa. Até agora, nunca tinha ficado claro se havia intenções de abranger neste plano a infraestrutura da Meo em Portugal.
Armando Pereira vai “supervisionar” operações da Altice em Portugal
A Altice anunciou esta terça-feira que vai separar a unidade norte-americana, a Altice USA, da holding do grupo, a Altice NV, cotada em Amesterdão. Esta última será renomeada para Altice Europa e estará dividida em três subsidiárias: a Altice France, a Altice Internacional (onde se inclui as operações em Portugal) e uma nova unidade, a que a empresa chamou de Altice Pay TV.
Desta feita, outro ponto clarificado na conferência é o papel de Armando Pereira nesta operação, o sócio do multimilionário Patrick Drahi, que fundou o grupo Altice. “O Armando Pereira será o administrador operacional para o grupo europeu. Por isso, terá o supervisionamento das operações em Portugal. Continuará a ser também o administrador operacional do negócio de telecomunicações em França [a operadora SFR]”, disse, em resposta ao ECO.
Já na tarde desta terça-feira foi conhecida uma mensagem enviada aos trabalhadores da Meo pelo presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca. Nela, o gestor português garante que este spin off da Altice USA não vai mudar “quase nada” nas operações no país.
Para Dennis Okhijsenn, a operação representa “uma tremenda oportunidade” para a Altice na Europa. Já para Dexter Goei, presidente executivo da Altice USA, o grupo “mantém-se completamente confiante” nos objetivos a que se propôs quando entrou na bolsa de Nova Iorque em meados do ano passado.
(Notícia atualizada às 16h55 com mais informação)
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