JPMorgan: Bancos centrais vão continuar a puxar pelas bolsas. Europa será a estrela
Miguel Luzárraga, da JPMorgan AM, acredita que os bancos centrais, entre eles o BCE, vão continuar a apoiar os mercados financeiros mesmo após o anúncio do fim do programa de estímulos.
As especulações são muitas em relação ao fim do programa de estímulos do Banco Central Europeu (BCE). De acordo com as atas da última reunião do Conselho de Governadores, poderá estar cada vez mais perto um anúncio do “fecho da torneira”, no entanto, esse será um processo gradual. A JPMorgan Asset Management acredita, por isso, que os bancos centrais vão continuar a apoiar as economias. E, neste sentido, diz mesmo que as bolsas europeias serão as estrelas nos mercados mundiais.
“Neste momento, temos todos os bancos centrais na mesma direção“, afirmou Miguel Luzárraga, responsável da JPMorgan AM para a Península Ibérica. Nos Estados Unidos “não haverá uma mudança muito forte no comportamento da Fed”, uma vez que esta “está a normalizar a sua política monetária”. No Japão, mantém-se “esta política monetária acomodatícia e o objetivo é fazer o tapering [retirada progressiva dos estímulos], pouco a pouco, mas continuar a ajudar a economia”. Quanto à Europa, o cenário não vai ser diferente, disse num encontro com jornalistas.
Na altura do anúncio sobre o fim dos estímulos monetários por parte dos bancos centrais, que está para breve, o especialista prevê que o trio mantenha políticas monetárias acomodatícias este ano: “Todas as economias desenvolvidas vão manter os apoios às suas economias. Os bancos centrais vão continuar a ser os atores principais nesta história”, disse.
"Todas as economias desenvolvidas vão manter os apoios às suas economias. Os bancos centrais vão continuar a ser os atores principais nesta história.”
Para este ano, que será marcado por uma “menor volatilidade” e por uma “subida gradual da inflação”, o gestor defende que “tem de existir um controlo por parte dos bancos centrais para que essa inflação não seja muito alta”, mas mesmo com esse controlo, poderão continuar a apoiar as respetivas economias. Estima, assim, que se registe uma subida das taxas de juro na Europa, apenas no “princípio do próximo ano” e três subidas por parte da Fed. Perante este cenário, a Europa e os mercados emergentes são apontados pela JPMorgan AM como aqueles com maiores probabilidades de gerar retornos elevados.
“Este ano será o ano da Europa”, rematou. O especialista prevê um ano de “crescimento favorável” para as empresas, em que o “consumo funcionará como principal motor” do aumento dos lucros das cotadas. Esse bom desempenho empresarial vai impulsionar a economia europeia, o que fará os mercados europeus brilharem este ano. O Stoxx 600 soma 0,7%, já a bolsa de Lisboa apresenta uma subida de 6,6%.
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