JPMorgan antecipa redução “mínima” dos estímulos do BCE
Gestores dos fundos do banco americano acreditam que juros soberanos vão continuar baixos perante "papel relevante" do BCE no mercado obrigacionista. Estímulos deverão ser reduzidos, mas pouco, dizem.
No mercado de dívida, a questão do momento continua a ser a eventual redução dos estímulos das parte do Banco Central Europeu (BCE). Mario Draghi sugeriu na última reunião que o plano de compra de dívida no setor público (PSPP) deverá prolongar-se para lá de março de 2017, quando devia terminar o programa, uma ideia que parece ter ficado ancorada nos mercados. Pelo menos para os gestores dos fundos do JPMorgan Asset Management, que antecipam que o banco central vai continuar a ter “um impacto significativo”. Se decidir reduzir o ritmo de compras, esse abrandamento será muito limitado, dizem.
“Pensamos que vai reduzir o ritmo em seis ou sete mil milhões de euros [compra, atualmente, 80 mil milhões de euros em ativos soberanos e de empresas por mês], mas vai continuar a comprar dívida por mais seis meses ou mais”, explicou Marika Dysenchuk, especialista de produto de obrigações flexíveis, uma dos quatro responsáveis do JPMorgan que vieram esta terça-feira a Lisboa apresentar três novos produtos de investimento aos gestores nacionais.
“Mesmo que normalize, o BCE vai continuar a comprar largos montantes de dívida. Vai continuar com política acomodatícia e, a reduzir o ritmo, esperamos que seja o mínimo possível“, reforçou Michalis Ditsas, especialista de produto de High Yield Europeu.
"Mesmo que normalize, o BCE vai continuar a comprar largos montantes de dívida. Vai continuar com política acomodatícia e, a reduzir o ritmo, esperamos que seja o mínimo possível.”
Até março, o banco central vai continuar a comprar 60 mil milhões de euros em dívida dos governos europeus (mais 20 mil milhões em dívida de empresas), contribuindo para um ambiente de taxas de juros baixas nas obrigações de Tesouro. No início do mês, a Bloomberg noticiou que Mario Draghi e os governadores dos bancos centrais do Euro estavam a ponderar reduzir os estímulos. Uma notícia que foi refutada pelo próprio Draghi na semana passada, afirmando que essa situação não foi colocada em cima da mesa.
Segundo Ditsas, o BCE vai continuar a ter um impacto significativo nos mercados de dívida. “O banco central não está a comprar apenas dívida pública”, lembrou aquele responsável. “Também está a comprar obrigações das empresas e está a estreitar o mercado de renda elevada”, disse.
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