Bolsa de Lisboa disparou 6%, no melhor janeiro desde 2015. Assim irá o ano inteiro?
Diz o ditado que "como vai janeiro, assim vai o ano inteiro". Primeiro mês do ano trouxe ganhos superiores a 6% à bolsa de Lisboa e o melhor janeiro desde 2015. Manterá a exuberância ao longo de 2018?
“Como vai janeiro, assim vai o ano inteiro”. A fazer fé no ditado popular, os investidores têm razões para sorrir com um bom desempenho da bolsa de Lisboa ao longo de 2018. É que o primeiro mês do ano trouxe ganhos superiores a 6% à praça nacional. E coloca-se a pergunta: podemos esperar tal exuberância no ano inteiro?
Até fechou a última sessão do mês a perder 0,51% para 5.663,44 pontos, mas nada que tenha impedido o PSI-20 de alcançar o melhor janeiro desde 2015. No primeiro mês de 2018, o principal índice português avançou 6,09%. Principal contributo: o BCP, que liderou os ganhos com uma impressionante subida de 19,30% desde o dia 1 de janeiro. Logo atrás surgem Sonae Capital e Sonae, com altas mensais de 16% e 14,6%, respetivamente.
“Não ficarei surpreendido se o PSI-20 chegar a dezembro a negociar a valores mais altos, já que historicamente as avaliações ainda estão baixas e o índice nacional está longe dos máximos”, diz ao ECO o gestor da corretora XTB, Eduardo Silva. “O ano de 2017 foi bastante bom para o nosso país. Há vários fatores que deverão garantir condições para que Portugal continue a crescer este ano, nomeadamente a recuperação da confiança dos investidores e a estabilidade política”, argumenta o analista.
Este sentimento positivo é partilhado por Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos. “A expectativa de um ano de 2018 favorável aos índices de ações é suportada pelo enquadramento macro positivo… e reforçada pelo Plano Fiscal aprovado no final do ano passado nos EUA”, diz o especialista, adicionando mais argumentos à lista que podem potenciar a bolsa de Lisboa. Ou deixar o mercado à beira de um ataque de nervos…
Não ficarei surpreendido se o PSI-20 chegar a dezembro a negociar a valores mais altos, já que historicamente as avaliações ainda estão baixas e o índice nacional está longe dos máximos.
Lembra Albino Oliveira que “múltiplos de mercado encontram-se já num nível relativamente elevado em termos históricos, principalmente nos EUA”, num contexto que foi “agravado pela subida nas yields da dívida de governos que tem sido observada desde o início do ano”.
Por isso, “uma mais forte subida das taxas de juro das obrigações poderá ser vista como um risco para os mercados de ações, principalmente se coincidir com um período de menor otimismo para a evolução da economia global”, alerta o analista da Patris.
BCP liderou os ganhos em Lisboa
Fonte: Reuters
Por cá, foram as ações do BCP a fazer as delícias dos investidores. Dispararam quase 20% à boleia das boas perspetivas que os analistas atribuem ao banco liderado por Nuno Amado. “É uma história de recuperação de resultados”, tinha dito a equipa de research do BPI no final do ano passado. Para o JPMorgan, que vê o título chegar aos 35 cêntimos, o BCP é top pick na Península Ibérica.
Com valorizações de 16% e 14,65%, Sonae Capital e Sonae também beneficiaram do maior otimismo dos analistas. No primeiro caso, há um dividendo que salta à vista — os analistas do BPI dizem que podem subir no próximo ano e subiu a avaliação do título.
Quanto à dona da cadeia de hipermercados Continente, ela está entre as preferidas do CaixaBank BPI para o retalho ibérico, à frente da Jerónimo Martins — que se encontra no ranking as maiores valorizações em Lisboa porque, em boa verdade, também beneficia do bom momento económico em Portugal que os analistas argumentam em favor da Sonae.
“O sentimento dos consumidores tem tocado máximos históricos na Ibéria, acionando as unidades de bens mais transacionáveis da Sonae, nomeadamente de bens eletrónicos”, justificou a equipa do BPI. “A perspetiva deverá permanecer positiva, já que o rendimento disponível continuará a melhorar, com o aumento do salário mínimo, desemprego mais baixo, menos impostos e salários mais altos dos funcionários públicos”, vincou ainda.
Em relação à Mota-Engil, são os negócios em África que continuam a puxar pelos títulos da construtora. Somou mais de 8,52% na bolsa depois de engordar a carteira de encomendas na Costa do Marfim.
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