Subida gradual da inflação pode não ser suficiente, diz BCE
O economista-chefe do BCE diz que uma subida gradual da inflação não é suficiente para garantir a sustentabilidade da subida dos preços na zona euro e a retirada dos estímulos.
A subida gradual da inflação não é suficiente para assegurar que o rumo dos preços na zona euro apresenta uma tendência sustentável nem uma garantia que suporte mais retiradas de estímulos por parte do Banco Central Europeu (BCE). A declaração foi feita esta quinta-feira por Peter Praet, economista-chefe do BCE, durante uma conferência em Bruxelas.
“Caso o fluxo dos próximos dados confirmasse a expectativa de uma construção gradual da pressão inflacionista, tal não seria necessariamente suficiente a sustentabilidade do ajustamento, atendendo a que as condições de política monetária menos sustentáveis poderiam por em perigo a trajetória da inflação“, defendeu Praet, citado pela Reuters.
Os últimos dados disponíveis, indicam que a inflação na zona euro subiu em dezembro para 1,4%, aproximando-se assim um pouco mais do objetivo de 2% do BCE, fasquia definida pela entidade liderada por Mario Draghi começar a ponderar uma subida de juros.
“Uma vez que o Conselho de Governadores considere que os três critérios para o ajustamento sustentável tenham sido cumpridos, o programa de compras irá terminar, em linha com as nossas orientações“, complementou o responsável do BCE, esclarecendo a posição da entidade liderada por Mario Draghi.
O programa de compras de dívida do BCE está programado para durar até setembro deste ano, sendo que os responsáveis políticos têm debatido se este deve ou não terminar tendo em conta a subida gradual da inflação da zona euro.
Na reunião de janeiro, o presidente do BCE disse haver poucas hipóteses de uma subida das taxas de juro ainda este ano e afastou a ideia de inversão no discurso oficial que sinalizasse o fim dos estímulos monetários. “Ainda não podemos declarar vitória”, sublinhou Mario Draghi na ocasião. Isto apesar de ter adiantado que a economia cresceu a um ritmo “sólido” e que a expansão económica evidenciada na segunda metade de 2017 “foi acima do esperado”.
As declarações de Praet acontecem no mesmo dia em que o BCE divulgou o seu boletim económico, onde antecipa que o crescimento económico continue o seu percurso sustentado, em linha com o outlook revelado pelo banco central na última reunião que decorreu em janeiro. Nesse documento o BCE diz que “se espera que a sólida expansão económica em curso continue para além do curto prazo“, acrescentando que “o forte impulso cíclico dominante pode conduzir a futuras surpresas positivas em termos de crescimento no curto prazo”.
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