OPEP vê procura a acelerar. Petróleo sobe quase 2%
Relatório mensal da OPEP antecipa, contudo, que o equilíbrio do mercado petrolífero apenas será possível no final do ano devido ao aumento da produção fora da esfera do cartel.
Mais procura mas, equilíbrio no mercado, só no final deste ano. Estas são duas das principais conclusões do último relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) divulgado esta segunda-feira. No documento, o cartel revê em alta a procura global da matéria-prima, um efeito que será contudo travado pelo aumento da produção dos países produtores fora da sua esfera, antecipa a OPEP. As cotações do petróleo seguem a ganhar perto de 2%, em linha com os ganhos que registava antes da divulgação deste relatório.
O barril de brent segue a valorizar 1,43%, para os 63,69 dólares, no mercado londrino. Em Nova Iorque a subida ainda é mais acentuada para o crude: 1,72%, para os 60,22 dólares. Subidas que acontecem após um tombo de mais de 8% na semana passada, naquele que foi o pior registo semanal desde janeiro de 2016.
Petróleo recupera após pior semana em dois anos
Fonte: Reuters
No que respeita a esta segunda-feira, o principal foco de atenção é o último relatório da OPEP que revê as suas previsões para o mercado petrolífero para este ano. Números que ajudam a suportar a subida das cotações do “ouro negro”.
De acordo com as novas estimativas, a OPEP vê procura global de petróleo a fixar-se este ano nos 1,59 milhões de barris diários, acima dos 1,53 milhões anteriores.
Já a oferta de petróleo deverá aumentar para 1,4 milhões de barris por dia, o que compara com os 1,15 milhões de barris anteriormente previstos, condicionada por uma previsível subida do output dos Estados Unidos. Trata-se da terceira subida consecutiva da oferta de petróleo desde a previsão de 870 milhares de barris estimados em novembro.
Os últimos dados sobre a contagem de plataformas de exploração em atividade na maior economia do mundo sustentam essa perspetiva de aumento da oferta. Dados divulgados na passada sexta-feira, revelam que o número de plataformas em atividade nos Estados Unidos ascendeu ao nível mais elevado em quase três anos. De acordo com cálculos da consultora Baker Hughes, as companhias petrolíferas colocaram em atividade 26 novas plataformas, com o total a ascender 791, o número mais alto desde abril de 2015.
"A recuperação suportada dos preços do petróleo desde o verão de 2017 e o renovado interesse em oportunidades de crescimento levou os maiores produtores a reforçar a atividade de exploração este ano, tanto na indústria de xisto e em offshores em águas profundas.”
“A recuperação suportada dos preços do petróleo desde o verão de 2017 e o renovado interesse em oportunidades de crescimento levou os maiores produtores a reforçar a atividade de exploração este ano, tanto na indústria de xisto e em offshores em águas profundas”, afirma a OPEP referindo-se ao outlook para a produção nos Estados Unidos.
Tendo em conta este cenário, a OPEP antecipa que “apenas é de esperar que o mercado [de petróleo] retome o equilíbrio no final deste ano”.
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