Bolsas recuperam, mas medo da guerra comercial mantém-se
O presidente norte-americano decidiu taxar a importação de aço e alumínio, uma medida que está a assustar investidores e analistas. Europa já avisou que vai retaliar.
As bolsas norte-americanas conseguiram recuperar do arranque abrupto desta sexta-feira, sessão em que abriram com perdas de 1%. Ainda assim, no acumulado da semana, Wall Street regista perdas em torno dos 3%, à exceção do Nasdaq, depois de Donald Trump ter anunciado que vai avançar com taxas sobre a importação de produtos, uma medida que está a assustar investidores e analistas.
O índice de referência S&P 500 encerrou a subir 0,51%, para os pontos 2.691,25 pontos. Já o industrial Dow Jones foi o mais penalizado pela medida anunciada por Trump, ao recuar 0,29%, para os 24.538,06, para os pontos. O tecnológico Nasdaq, por seu lado, recuperou significativamente e fechou a subir 1,08%, para os 7.257,87 pontos.
A sessão ficou ainda marcada pela queda da McDonald’s, que afundou mais de 5%, o maior recuou de sempre da cotada, depois de a RBC Capital Markets, que cortou o preço alvo da cadeia de fast-food.
A preocupar os investidores está o impacto que a guerra comercial lançada pelo presidente norte-americano poderá ter sobre as empresas. Donald Trump justifica a decisão com o objetivo de apoiar os produtores norte-americanos, mas, na verdade, a imposição de taxas de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre o alumínio importado poderá ter efeitos nefastos para as empresas do país. Na prática, produtos tão simples como latas de refrigerantes ficarão mais caros.
Por outro lado, há o risco de retaliações por parte de grandes parceiros comerciais, como a China ou a Europa. A Comissão Europeia já respondeu: “As medidas que estamos prontos para implementar vão provar que, com base nas nossas regras, não hesitaremos em proteger a nossa indústria”. A Reuters avança ainda que as autoridades da União Europeia estarão a considerar impor taxas de 25% sobre importações no valor de 3,5 mil milhões de dólares aos Estados Unidos.
Já os analistas estão em alerta quanto ao impacto sobre a economia. Robert Carnell, analista da consultora ING, comenta, citado pela Reuters, que “é assim que começam recessões“.
Trump, por seu lado, mantém-se confiante. Esta manhã, escreveu na sua conta oficial de Twitter que “guerras comerciais são boas e fáceis de vencer”.
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