Tem crédito? Prestação da casa fica mais barata
Todos os contratos de crédito à habitação revistos no próximo mês vão contar com um corte dos encargos na prestação, entre um mínimo de 0,2% e um máximo de 2,1%.
Os portugueses com crédito à habitação preparam-se para entrar no mês de novembro com boas notícias para o seu bolso. Quem vir revista a taxa de juro do empréstimo da casa no próximo mês vai passar a pagar menos. A redução dos encargos com a prestação mensal oscila entre um mínimo de 0,2% e um máximo de 2,1%.
Euribor a três meses cada vez mais negativa
Os contratos que usam os indexantes com prazos mais dilatados são os que beneficiam da maior redução da prestação. É o que acontece com os que usam como referência a Euribor a 12 meses, já que só agora vão tirar partido da descida do indexante registada ao longo do último ano. No caso destas famílias, a prestação mensal reduz-se em 2,1%.
Para um exemplo de um crédito no valor de 100 mil euros, a 30 anos, e com um ‘spread’ de 1%, resulta numa poupança mensal de 6,8 euros, com a prestação a baixar para 318,48 euros mensais. O número de famílias que irá tirar partido dessa redução será contudo baixo, já que a Euribor a 12 meses ainda tem pouca expressão no total do crédito à habitação, apesar de muitos bancos já estarem a optar por privilegiar a utilização deste indexante nos novos empréstimos.
Para os contratos de crédito que têm como referência os indexantes nos prazos mais curtos, a redução será mais curta. Quem tem associado ao seu empréstimo a taxa a seis meses verá a prestação baixar 1% no próximo mês, o que permitirá uma poupança mensal de 3,12 euros, com a prestação a descer até aos 312,22 euros. Já nos empréstimos indexados à Euribor a três meses, a poupança será de apenas de 63 cêntimos por mês, com a nova prestação a baixar para os 307,64 euros (menos 0,2% face à anterior revisão) ao longo de três meses.
Juros negativos até… 2020
Para além de passar a pagar uma prestação mais baixa em novembro, a boa notícia é que estas, tal como todas as famílias que têm crédito à habitação de taxa variável, devem beneficiar de juros historicamente reduzidos por um período prolongado de tempo. A última mexida na taxa de juro de referência da Zona Euro ocorreu em março deste ano, quando o Banco Central Europeu colocou os juros de referência em 0%, fixando assim um novo mínimo histórico. O compromisso de fazer descolar a economia da Zona Euro tem sido reiterado sempre que a entidade liderada por Mario Draghi se reúne, não se antecipando que a política monetária expansionista assumida pelo BCE se inverta, nem tão cedo.
O presidente do BCE reiterou essa perspetiva na conferência de imprensa que se seguiu à última reunião do conselho de governadores dos bancos centrais que integram a moeda única. O BCE continua a esperar que as taxas de juro diretoras permaneçam nos níveis atuais ou em níveis inferiores durante um período alargado e muito para além do horizonte das compras líquidas de ativos, que é para já março de 2017.
A evolução dos futuros da Euribor a três meses, que servem de barómetro para a futura evolução das taxas de juro, atesta essa expectativa por parte do mercado. Este indicador aponta para que o indexante assuma valores cada vez menos negativos, mas que se mantenha no vermelho até março de 2020. Só a partir dessa altura é antecipado que o indexante comece a trilhar valores positivos, mas com subidas muito graduais. O mercado prevê que só em março de 2022 a Euribor a três meses atinja os 0,5%.
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