Plano contra a seca mantém-se “rigorosamente de pé” apesar da chuva
Apesar de, das 60 albufeiras monitorizadas, 22 já terem mais de 80% do volume da água e apenas sete menos de 40%, o ministro do Ambiente diz que plano contra a seca é para avançar.
O plano para enfrentar a seca, com novas ligações a partir do Alqueva ou aproveitamento de águas residuais tratadas, vai continuar, apesar de as albufeiras estarem mais cheias depois das chuvas, disse este domingo o ministro do Ambiente.
Todo o plano contra a seca “se mantém rigorosamente de pé”, apesar da chuva que tem caído nos últimos dias, garantiu João Matos Fernandes em entrevista à agência Lusa, a propósito do Fórum Mundial da Água, que começa na segunda-feira em Brasília e no qual o governante vai participar.
“Quando falamos das novas ligações a partir do Alqueva, da utilização dos efluentes das 50 maiores ETAR [estações de tratamento de águas residuais] do país, estamos a falar de trabalhos em curso e quando implicam empreitadas, como é o caso do Alqueva, alguns para o ano 2019 outros para 2022, todos se mantêm em curso”, explicou.
No Alqueva, algumas ligações já estão a avançar, nomeadamente a de Mértola.
O governante referiu que também continua a avaliação de origens alternativas às águas superficiais, usando velhas origens que entretanto foram interrompidas porque outras surgiram para abastecer os grandes sistemas e “não deixou de estar programado aquele que era o mais evidente e iminente que era a limpeza dos fundos das albufeiras”.
Na barragem do Pego do Altar, na bacia do Sado, a intervenção foi suspensa porque “não faz sentido neste momento fazer-se”, exemplificou João Matos Fernandes.
Mas, “todos os concursos foram lançados, há contratos já a ser assinados. Talvez as empreitadas de pequena dimensão não venham a fazer-se agora por serem extemporâneas, mas vão fazer-se na primeira oportunidade”, apontou ainda.
Quanto à situação nos rios, “do ponto de vista de qualidade da água, tem havido uma melhoria paulatina que se verifica ser menos dependente do volume dos caudais do que seria de esperar”, referiu.
Acrescentou que, havendo muita água, alguma matéria orgânica foi arrastada por causa dos incêndios, “ficou mais turva mas a qualidade da água não deixou de progredir nos últimos dias“.
Por outro lado, “as albufeiras têm de facto cada vez mais água” e na comparação entre o primeiro dia de março e quinta-feira, “das 60 albufeiras monitorizadas, 22 já têm mais de 80% do volume da água e apenas sete menos de 40%“, segundo o ministro do Ambiente.
No entanto, em algumas bacias hidrográficas, como do Sado, “o volume da água é inferior ao expectável”, alertou.
Recordou o seu compromisso de há 15 dias de que não ia faltar água nas torneiras dos portugueses, para dizer que “está neste momento completamente assegurado“.
No que respeita às outras utilizações da água, “temos de continuar a ter muita parcimónia no seu uso porque, por exemplo (a barragem de) Monte da Rocha, evoluiu nestes dias de 8% para 20% – isto é muito bom -, mas, no ano passado nesta altura estávamos nos 25%”, salientou o governante.
Por isso, a ideia de poupar água, um recurso cada vez mais escasso, “é independente destes dados”, concluiu João Matos Fernandes.
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