Novo Banco quer rescindir com 440 trabalhadores até final do ano
A meta já está definida: o Novo Banco quer acelerar a saída de 440 trabalhadores este ano. Banco liderado por António Ramalho já comunicou quais as condições que oferece para atingir o objetivo.
O Novo Banco tem como objetivo a saída de 440 trabalhadores até final deste ano e já comunicou aos funcionários quais as condições que está a oferecer com vista à redução do quadro de pessoal do banco, apurou o ECO.
Em setembro de 2017, aquando da divulgação das últimas contas trimestrais, a instituição contava com cerca de 5.300 funcionários, um número que pretende agora reduzir em função do encerramento dos 73 balcões previstos para 2018 — 30 destes encerramentos já estão a acontecer em vários pontos do país.
Fontes contactadas pela Lusa tinham indicado que a meta passava pela saída de cerca de 400 funcionários a acontecer este ano, metade em rescisões e a outra metade em reformas antecipadas. Agora sabe-se o número em concreto: pouco mais do que 440 trabalhadores. Este compromisso de redução de pessoal até 2021 havia sido assumido com as autoridades europeias no âmbito da venda do banco ao fundo americano Lone Star, mas está a ser antecipado.
Estas movimentações surgem numa altura em que a administração do banco liderada por António Ramalho se prepara para dar a conhecer os resultados financeiros de 2017. Segundo a imprensa, o Novo Banco deverá apresentar prejuízos recorde, superiores a mil milhões de euros.
No entanto, se tiver de recorrer a uma nova injeção de capitais públicos, o Novo Banco poderá ter de reduzir ainda mais a sua dimensão: ficou acordado entre o Governo e a Comissão Europeia o fecho de mais balcões (até 120) e a saída de mais trabalhadores (1.100), números que constam do documento em que Bruxelas fundamenta a aprovação da venda de 75% do Novo Banco ao fundo Lone Star.
Nesse documento, a Comissão Europeia fez uma avaliação muito pessimista quanto à viabilidade do banco português. E lançou várias críticas àquilo que tem sido o trabalho realizado na instituição após a medida de resolução aplicada em agosto de 2014, já com o banco sob comando do Banco de Portugal, segundo um documento divulgado recentemente.
Em concreto, Bruxelas identificou problemas na concessão de empréstimos sem a devida análise de risco ou cash flow. Encontrou casos que foi “concedido crédito por favor”. E fala mesmo em manutenção de algumas práticas que levaram à falência do BES.
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