França: cidadão português entre as vítimas mortais

  • ECO e Lusa
  • 23 Março 2018

O Governo confirmou a morte de um cidadão português no ataque terrorista no sul de França. O ataque causou quatro mortos, entre os quais o atacante, e cinco feridos.

O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro confirmou a morte de um português no ataque terrorista no sul de França, que causou quatro vítimas mortais, entre as quais o atacante, e cinco feridos.

“Confirma-se a morte de um português. Foi confirmado pelas autoridades francesas aos nossos serviços consulares”, disse à agência Lusa José Luís Carneiro, que viaja de Paris para Lisboa no final da tarde de hoje.

O governante afirmou que não se dispõe ainda de “dados de identificação” do cidadão português.

O ataque terrorista foi protagonizado por um homem que disse agir em nome do grupo terrorista auto-intitulado Estado Islâmico, antes de ser abatido pela política francesa. Das vítimas mortais confirmadas, uma foi atacada pelo homem quando este lhe roubou o carro, e as outras duas foram mortas na situação de reféns que se gerou no supermercado de Trèbes, no sudoeste francês, esta sexta-feira de manhã.

O atacante, já identificado como Redouame Lakdim, de 26 anos e natural da cidade de Carcassone, é igualmente suspeito de ter ferido no ombro um polícia, na sua cidade de origem, próxima do supermercado onde se barricou. De acordo com o ministro do Interior, Gérard Collomb, que fez declarações citadas pelo Le Monde, o jovem estava identificado por cometer pequenos delitos mas não havia indícios de que fosse radicalizado. “Passou muito rapidamente ao ato”, disse o ministro, acrescentando que em troca da libertação de reféns tinha pedido que certos detidos ligados ao Estado Islâmico fossem soltos da prisão.

O grupo terrorista Estado Islâmico já reivindicou ter influenciado este ataque, através das suas plataformas de redes sociais. O “soldado do Estado Islâmico” terá realizado o ataque em resposta aos apelos do grupo para que os países que têm combatido o Estado Islâmico fossem visados, de acordo com a declaração emitida por este grupo, também chamado de Daesh.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, disse, entretanto, que tudo indica tratar-se de um ataque terrorista. Em Bruxelas, onde participa numa cimeira da União Europeia, Macron ofereceu “todo o apoio” às pessoas envolvidas.

O primeiro-ministro, António Costa, disse que expressou hoje em Bruxelas solidariedade ao Presidente francês. “Tivemos todos a oportunidade de expressar solidariedade ao Presidente Macron pelos factos que já são conhecidos e que ainda não estão inteiramente apurados”, declarou Costa numa conferência de imprensa no final da cimeira.

O atacante entretanto abatido pela polícia afirmou agir em nome do grupo jihadista Estado Islâmico e entrou no supermercado cerca das 11:00 (10:00 em Lisboa) para fazer reféns.

Português residia nos arredores de Carcassonne

A vítima portuguesa, cujo nome não foi ainda revelado, seria um jovem de 27 anos, residente nos arredores da cidade de Carcassonne, segundo relato de um amigo da família. Manuel Correia, amigo do jovem e da sua família, confirmou à Lusa que o português estava a conduzir o seu carro, quando o atacante disparou, vitimando mortalmente o passageiro que seguia ao seu lado. “Foi quando ele ia a conduzir, mandaram parar, deram-lhe um tiro a ele, outro ao colega, o colega morreu, ele ficou ferido. Roubaram-lhe o carro e depois é que foram para o supermercado”, contou ainda antes de ter sido confirmada oficialmente a morte do amigo.

Entre os feridos graves figura também um oficial da polícia local que tomou o lugar de uma refém.

Notícia atualizada às 19:14

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