Banco de Portugal prevê que só em 2018 país recupere o nível de riqueza que tinha em 2008
A economia portuguesa está a recuperar. Mas só em 2018 voltará ao nível de 2008, segundo as previsões do Banco de Portugal. As exportações dispararam desde esse ano.
Em 2017, Portugal registou o maior crescimento económico dos últimos 17 anos. Ainda assim, apenas este ano a economia deverá ter a mesma dimensão que tinha em 2008. A previsão é feita pelo Banco de Portugal (BdP) esta quarta-feira na atualização das projeções para a economia portuguesa 2018-2020. No entanto, há uma mudança estrutural subjacente: as exportações crescerão mais de 70% enquanto o consumo privado mantém-se em linha com a evolução do PIB.
Na atualização das projeções que faz esta terça-feira, o Banco de Portugal compara a evolução da economia desde 2008 até 2020. Nessa trajetória é possível verificar que 2018 será o ano em que Portugal voltará a ter a mesma dimensão da economia que tinha em 2008. Destaca-se uma evolução exponencial das exportações, em especial as de turismo que mais que duplicam, a recuperação do investimento empresarial e a manutenção do consumo privado.
Fazendo a comparação entre os extremos, 2008 e 2020, o Banco de Portugal explica que “as exportações ascenderão no final do horizonte a um nível 70% superior ao observado antes da crise financeira internacional, sendo que as exportações de turismo mais que duplicam”. “Esta evolução contribui para o aumento do grau de abertura da economia portuguesa, que é acompanhado pela manutenção de um excedente da balança corrente e de capital de cerca de 2% do PIB, em média, no período 2018-20″, considera o Departamento de Estudos Económicos do BdP.
Também em recuperação, mas em linha com a evolução do PIB está o consumo privado. E o investimento empresarial? Só no final do período em análise é que vai recuperar os valores registados em 2008. “Comparando com 2008 – período anterior à recessão associada à mais recente crise financeira internacional – o produto real deverá ser 4,7% superior em 2020, um incremento de magnitude próximo do projetado para o consumo privado (4,0%) e para a FBCF empresarial (6,4%)”, assinala o Banco de Portugal.
O que também é possível verificar nesta análise, entre 2008 e 2020, é a evolução dos contributos que cada componente foi dando para o crescimento real do PIB. Após um ano negro em 2016 em que deu um contributo negativo numa altura em que a economia portuguesa recuperava, o investimento público e privado deu o segundo maior contributo para o PIB de 2017. O principal contributo continuou a ser dado pelas exportações.
E esta recuperação vai continuar? Sim, o Banco de Portugal manteve as projeções para os próximos anos inalteradas. Em 2018, o ano em que se recupera o nível de 2008, o PIB deverá crescer 2,3%, o que está acima da previsão que o Governo definiu no Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) em outubro do ano passado. Este ano o contributo da procura interna, principalmente fruto do investimento, estará lado a lado com o contributo das exportações: 1,1% e 1,2%, respetivamente.
Segundo os dados da Pordata, o PIB português cresceu quase sempre desde 1961 até 2008, inclusive, com poucos anos como exceção. Veio a crise e o ano de 2009 registou uma contração económica. Em 2010 a economia ainda recuperou ligeiramente, mas os próximos anos arrasaram a economia portuguesa. Em 2011, 2012 e 2013, Portugal registou uma recessão sem precedente.
2014 foi o primeiro ano de recuperação e em 2017 a economia registou o melhor crescimento económico dos últimos 17 anos. Se as previsões do Banco de Portugal se concretizarem, 2018 será o ano em que o país pode dizer que, dez anos depois, a economia voltou ao seu tamanho “original” construído durante décadas.
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