Carlos Tavares na primeira carta aos trabalhadores: “Montepio precisa criticamente de mudança e reforma”

Na primeira mensagem aos trabalhadores, Carlos Tavares precisa que os acionistas do banco são os 600 mil associados da mutualista. Diz que tempo é escasso face ao muito trabalho que o espera.

Na primeira carta dirigida aos trabalhadores enquanto líder da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), Carlos Tavares sublinhou que o banco “precisa criticamente de percorrer um caminho de mudança e reforma” para se tornar mais moderno. E lembrou, na missiva a que o ECO teve acesso, que a nova gestão tem dever de lealdade com os acionistas que são “em rigor, os 600 mil associados da Associação Mutualista”.

Carlos Tavares tomou posse há pouco mais uma semana e no início desta enviou uma comunicação a todos os colaboradores da CEMG referindo que o “maior desafio” do seu mandato passa por “transformar a instituição bancária do Grupo Montepio num banco moderno”. Mas que banco moderno é este que Tavares idealiza?

Um banco “adequado às exigências diferenciadas dos diversos grupos de clientes, dos mais jovens aos mais idosos, dos residentes nos meios urbanos litorais aos que habitam no interior por vezes esquecido, das muito pequenas empresas às empresas de dimensões superiores e, muito particularmente, das instituições dos setores sociais”, precisou aquele que é simultaneamente chairman e CEO da CEMG.

“Neste contexto, é fundamental a adaptação dos modelos de negócio com o recurso à inovação tecnológica que permita combinar o aumento da eficiência operacional com a preservação da relação personalizada com os clientes”, disse ainda.

Lembra que a carta de missão atribuída à nova equipa de gestão do Montepio é “inequívoca” quanto aos objetivos e princípios que são propostos pela Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). E é neste ponto que Carlos Tavares sublinha que “ao mesmo tempo que a CEMG precisa criticamente de percorrer um caminho de mudança e reforma, deverá ter sempre presente a sua origem distinta e os valores que presidiram à sua fundação em 1844″.

Ao mesmo tempo que a CEMG precisa criticamente de percorrer um caminho de mudança e reforma, deverá ter sempre presente a sua origem distinta e os valores que presidiram à sua fundação em 1844.

Carlos Tavares

Presidente da Caixa Económica Montepio Geral

Referindo-se ainda à carta de missão, Tavares diz que o Montepio tem “o dever de lealdade com os clientes, investidores e autoridades de supervisão, sem esquecer a solidariedade e a responsabilidade social”. Mas não só, prossegue: “Temos igualmente um dever de lealdade e cooperação com os acionistas, sem prejuízo da necessária autonomia de atuação. (…) Os nossos acionistas são, em rigor, os mais de 600 mil associados que confiaram as suas poupanças à sua Associação Mutualista para que esta lhes garante segurança”.

Por essa razão, continua, “a CEMG tem o dever de gerir de forma competente e criteriosa o capital que nela foi aplicado pela AMMG e de lhe proporcionar remuneração adequada”, alinhando-se assim aos objetivos que haviam sido definidos pela carta de missão, na qual Tomás Correia pediu à nova administração tenha presente que o banco terá de “remunerar adequadamente” os seus acionistas.

Temos igualmente um dever de lealdade e cooperação com os acionistas, sem prejuízo da necessária autonomia de atuação. (…) Os nossos acionistas são, em rigor, os mais de 600 mil associados que confiaram as suas poupanças à sua Associação Mutualista para que esta lhes garante segurança

Carlos Tavares

Presidente da Caixa Económica Montepio Geral

O antigo presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários diz que o regresso “campo profissional” onde começou e esteve muitos anos lhe dá a “oportunidade de tentar aplicar na prática as ideias, os princípios e os valores que há muito defende para a gestão dos bancos”. Espera tornar a CEMG num “bom lugar para trabalhar, onde as pessoas se sintam bem e façam sentir bem os clientes”.

No final da mensagem, Carlos Tavares lança o repto a todos os trabalhadores da CEMG: “Espera-nos muito trabalho, porque há muito por fazer e o tempo é escasso. E não nos resta alternativa a tentar contrariar um velho ditado e fazer depressa e bem”.

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