Paulo Macedo: “Não temos sentido interferência do poder político”
O presidente da Caixa Geral de Depósitos lamenta que "toda a gente tente transformar" a CGD "numa questão política" e garante ter "o apoio" do Governo para levar a cabo o plano estratégico do banco.
“Claramente não temos sentido interferência do poder político, nem penso que isso faça parte da agenda do Governo“, afirma de modo perentório Paulo Macedo, e entrevista ao ECO24, o programa desenvolvido em parceria entre o ECO e a TVI24.
Para trás parecem ter ficado os tempos em que a Caixa Geral de Depósitos enchia diariamente as páginas dos jornais, fosse pelo salário do seu presidente ou a possibilidade de o Estado vir a injetar dinheiro no banco público, e animava os debates parlamentares dia sim dia não.
O presidente da Caixa Geral de Depósitos lamenta que “toda a gente tente transformar” a Caixa “numa questão política”. A afirmação não é nova. “Gostávamos muito que a Caixa saísse da arena política, e que não fosse utilizada para a política eleitoral autárquica como aconteceu recentemente”, disse Paulo Macedo, ao ECO, aquando dos seus primeiros 100 dias à frente do banco público e antes da realização das eleições autárquicas em outubro de 2017. Na altura estava em causa não só o encerramento de vários balcões da Caixa, mas também o anúncio de aumento das comissões. Um aumento que Paulo Macedo garante ser inferior a parte da concorrência.
“A política de comissões não tem de ser igual à dos privados“, frisa, recordando que a Caixa tem mais contas de serviços mínimos bancários, mas, na sua opinião “não tem de ter, e não tem com certeza, as comissões mais baixas em, cada produto”. Mas, claro é possível negociar. Algo que a Caixa “faz todos os dias com milhares de clientes”. “A Caixa, tal como outros bancos, ganha e perde operações por 0,1”, ironiza Macedo.
E apesar de criticar a tentação de se politizar a Caixa, garante que o banco “é 100% público”. Com uma gestão privada? “Não”, responde o antigo diretor geral dos impostos. “Tem uma gestão profissional, que tem um plano estratégico para cumprir”, frisa. “É o mandato que recebemos do acionista: cumprir o plano estratégico”, acrescenta.
E na prossecução desse plano estratégico Paulo Macedo garante ter tido “o apoio” do Governo: “para a constituição do conselho de administração, dos administradores não executivos, para as alienações que são necessárias decorrentes do plano estratégico”, exemplifica.
E perante a pergunta se tem dado muito descanso ao primeiro-ministro, Paulo Macedo responde: “Não lhe sei dizer porque não falo recorrentemente com o primeiro-ministro”.
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